Se alguém já imaginou o basquete brasileiro no fundo do poço, ainda
não viu nada. O feminino tem a "melhor seleção da América", salvo os EUA,
mas não consegue segurar suas jogadoras. O masculino é o segundo melhor da
América, salvo os EUA, e não consegue manter seus times. Parece até que
estamos em guerra.
A situação alarmante do basquete feminino chegou a Americana. O time
local contratou a armadora Helen, eleita a melhor da Copa América, sem saber
se terá condições de pagá-la, como revela "O Estado de S.Paulo". A equipe
promete destinar os recursos da bilheteria para contar com a jogadora.
Se isso não é sinal de amadorismo, veja então a situação do Macaé, do
Rio de Janeiro. A equipe não vai pagar nenhum jogador para a disputa do
Campeonato Carioca. Joga quem gosta e quem pode. Quem precisa? Bem, é melhor
procurar outro emprego, pelo menos neste país.
Não bastasse o exemplo do Macaé, o Rio não terá o seu último
vice-campeão. O Botafogo desapareceu do mapa. O time que era comandado por
Marcelinho, e que foi a sensação da última temporada, simplesmente fechou as
portas.
Em São Paulo, os clubes, sem recursos, tiveram de apelar para
garotos. Quem viu a partida de abertura entre Franca e Corinthians, no
último sábado, sabe muito bem o que isso significa. E ainda existe alguém
que acha que a situação não está tão ruim assim?
O momento é dramático, e vai de mal a pior. Tentar abafar essa crise
em nada irá contribuir para evitar um colapso. Pelo contrário, irá apenas
adiar o apocalipse do basquete brasileiro. É preciso que sejam tomadas
medidas urgentes, e não planos para daqui a dois ou três anos como planeja a
Confederação Brasileira. Talvez, até lá, não sobre mais nada.