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Fernando Santos
Quinta-feira, 20 Setembro de 2001, 16h54
terraesportes@terra.com.br

À espera do apocalipse


Se alguém já imaginou o basquete brasileiro no fundo do poço, ainda não viu nada. O feminino tem a "melhor seleção da América", salvo os EUA, mas não consegue segurar suas jogadoras. O masculino é o segundo melhor da América, salvo os EUA, e não consegue manter seus times. Parece até que estamos em guerra.

A situação alarmante do basquete feminino chegou a Americana. O time local contratou a armadora Helen, eleita a melhor da Copa América, sem saber se terá condições de pagá-la, como revela "O Estado de S.Paulo". A equipe promete destinar os recursos da bilheteria para contar com a jogadora.

Se isso não é sinal de amadorismo, veja então a situação do Macaé, do Rio de Janeiro. A equipe não vai pagar nenhum jogador para a disputa do Campeonato Carioca. Joga quem gosta e quem pode. Quem precisa? Bem, é melhor procurar outro emprego, pelo menos neste país.

Não bastasse o exemplo do Macaé, o Rio não terá o seu último vice-campeão. O Botafogo desapareceu do mapa. O time que era comandado por Marcelinho, e que foi a sensação da última temporada, simplesmente fechou as portas.

Em São Paulo, os clubes, sem recursos, tiveram de apelar para garotos. Quem viu a partida de abertura entre Franca e Corinthians, no último sábado, sabe muito bem o que isso significa. E ainda existe alguém que acha que a situação não está tão ruim assim?

O momento é dramático, e vai de mal a pior. Tentar abafar essa crise em nada irá contribuir para evitar um colapso. Pelo contrário, irá apenas adiar o apocalipse do basquete brasileiro. É preciso que sejam tomadas medidas urgentes, e não planos para daqui a dois ou três anos como planeja a Confederação Brasileira. Talvez, até lá, não sobre mais nada.

 

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