E a mão de Deus se abateu sobre a Seleção Brasileira. Em tempos de preocupações bem mais sérias, parece leviano usar a imagem para o esporte. Mas a verdade é que com a contusão de Ronaldo, a justiça se faz. O atacante vai ter que parar pelo menos quinze dias. Assim, fica fora do jogo contra o Chile.
Só mesmo um técnico atormentado pelo receio da derrota, como Felipão, poderia convocar Ronaldo. O atleta não teria condições para uma disputa dura como uma partida pelas Eliminatórias. Para quem gosta do termo “a força do destino” recoloca as coisas de forma mais lógica. Não é a primeira vez que a Seleção se acerta depois da contusão de um ídolo.
Até mesmo Pelé é testemunha do fato. Foi mesmo no Chile em 62 que se machucou. Amarildo entrou em seu lugar e jogou bem. Mas foi Garrincha quem carregou a Seleção nas costas rumo ao título. Em 94, nos Estados Unidos, a dupla de zaga titular Ricardo Gomes e Ricardo se contundiu. Entraram os reservas Aldair e Marcio Santos e o Brasil foi campeão.
Na Suécia, em 58, o lateral-direito De Sordi jogou todas as partidas, menos a última. Machucado, cedeu seu lugar a Djalma Santos. O time foi campeão e Djalma eleito o melhor lateral da Copa. Em 70, no México, na histórica partida contra a Inglaterra, Gerson, o “dono do time”, não pôde jogar. Entrou Paulo César Caju. O Brasil sofreu, mas venceu.
A maior das lições veio da Copa da França em 98. Ronaldo não podia jogar a partida final. Um técnico alucinado e uma comissão técnica tresloucada o colocou em campo e o resultado todo mundo conhece, é claro. Agora, um sopro divino bafeja a Seleção Brasileira. Que Ronaldo se recupere logo e siga em busca do seu grande futebol. E que, sem ele, o Brasil vença o Chile.