Até que enfim um fim-de-semana feliz, pelo menos no que se refere à Seleção Brasileira. Não foi só a vitória de 2 a 0 sobre o Chile, mas, principalmente, a maneira como o Brasil conseguiu o resultado.
Mesmo levando em consideração que a seleção chilena era fraca, um amontoado de jogadores que durante todo o jogo só criou uma situação de gol, ainda assim a Seleção Brasileira teve méritos definidos.
Primeiro, colocou em prática uma palavra que há muito tempo não se usa para definir um time de futebol. Os neologismos saem de boca em boca revestidos de pedantismo e ignorância. Assim, se diz muito "eu deletei aquela jogada" ou é preciso mudar a "conduta" da Seleção.
A palavra para definir os méritos da vitória do Brasil é que o time teve "iniciativa". Tomou as rédeas da partida desde o primeiro minuto (verdade que não conseguiu furar o bloqueio chileno do primeiro tempo). E a razão foi simples: a Seleção é capenga. É um time pênsilpara o lado esquerdo. Ali atuam os canhotos da Seleção: Roberto Carlos, Rivaldo, Marcelinho Paraíba. Todos se encostam para o lado esquerdo e é por ali que o Brasil ataca. Foi assim quando Alex jogou no meio-campo, Ricardinho do Corinthians, etc.
Enquanto isso, do lado direito, Cafu fica isolado. Quando recebe a bola corre sozinho, sem um parceiro que o acompanhe. Ele, que não é um primor de habilidade, perde a bola e tem que voltar correndo para fazer a cobertura. Na única vez que o Brasil inverteu a jogada da esquerda para a direita, Cafu dominou a bola, fez o cruzamento e Rivaldo o gol. Estava definida a partida.
Fora as chateações táticas e técnicas do jogo, o que valeu mesmo foi a irritação de Felipão na entrevista coletiva, quando se referiu (sem citar o nome de Carlos Alberto Parreira) a um técnico que quer ocupar o seu lugar. Disse que a situação agora é fácil, agora a classificação é uma "barbada", mas que esse mesmo colega (Parreira) não quis assumir quando a Seleção estava mal, quando tinha três "engasga-gato" pela frente.
Teve também a resposta que soou como uma refinada badalação: "Não podemos dar preocupação para o presidente (Ricardo Teixeira), que já teve problema no coração.”
Enfim, foi um domingo alegre pela vitória dentro do campo e alegre pelas besteiras ditas na entrevista coletiva.