Aprendi no difícil jogo da política, pelo menos da política brasileira, que
no final do mandato o cafezinho vem frio. Isso para significar a falta de
prestígio quando todos em torno percebem que a reeleição do chefe é
impossível.
Partindo deste pré-suposto verdadeiro e comprovado, imagino a
situação do senhor Ricardo Teixeira, ou melhor, Dr. Ricardo, como dizem os
bajuladores que gravitam em torno do presidente da CBF.
As notícia pipocam
aqui e acolá dando conta de que o Sr. Teixeira está de licença médica até
março do ano que vem. Em seu lugar está respondendo pelo cargo Alfredo
Nunes. Enfim, o barco do futebol brasileiro está à deriva, largado, órfão. A
CBF virou a casa de mão Joana.
Enquanto todos esperam a classificação para a
Copa do Mundo, a luta política continua. Do alto do seu cargo de Ministro de
Esportes, Carlos Meles anuncia que Ricardo Teixeira propôs a ele entregar
uma carta oficial de renúncia. Claro, essa carta será dada ao público
depois do Brasil classificado e sob certas condições. O acordo incluiria uma
compreensão caridosa da situação do presidente da CBF no relatório final da
CPI do senado.
Assim, o Sr. Teixeira poderia assumir um cargo na FIFA que
lhe foi arranjado, pasmem, pelo próprio ministro Carlos Meles. Nesse
panorama quase inocentado na CPI, Dr. Ricardo bateria suas ricas plumagens
em busca de pouso seguro na Suíça. Seria um enterro de primeira.
Na política brasileira, os que desviam dinheiro, os que roubam, jamais
devolvem o produto do furto. Fica para o infrator a dor moral. Ora, que
moral?
Estou levando em conta a seriedade da palavra do ministro Carlos
Meles e a solenidade do cargo que ocupa. Com a carta de renúncia, estaria
solucionado o mais grave problema do futebol brasileiro da atualidade. Ao
que tudo indica, o Brasil irá para a Copa do Mundo sob nova direção dentro
e fora do campo.