Começa nesta terça-feira uma das mais inusitadas temporadas da história da NBA. Talvez, pela primeira vez, o centro das atenções não estará nas equipes favoritas ao título. Talvez, nem mesmo nos times candidatos a disputar uma vaga nos playoffs.
Todos os holofotes estarão voltados para Michael Jordan e seu segundo retorno à liga. Favoritos como Los Angeles Lakers, San Antonio Spurs, Philadelphia 76ers e Toronto Raptors ficarão em segundo plano. Não há como competir com o rei.
A volta de Jordan representa um sentimento de quero mais que ficou guardado nos últimos três anos. Quando deixou a NBA, após a conquista do sexto título, estava claro que Michael ainda poderia brilhar por mais tempo.
Passado esse período de tortura para os fãs da NBA, Jordan retorna. Não como um salvador, tido por alguns, mas como a maior atração da temporada. Por mais que o Washington Wizards possa ser considerado um saco de pancadas, o time da capital dos EUA irá atrair todos os olhares.
Poucos estarão preocupados com a chama nova dinastia do Lakers. Ou com o poderio ofensivo do Dallas, que surge com a nova força do Oeste. Ou então com agilidade de Allen Iverson ou as enterradas maravilhosas de Vince Carter. Não. Jordan é a atração.
Não se falará em outra coisa. Além de ver como está o rei, todos querem saber se ele terá a capacidade milagrosa de conduzir um dos piores times da liga aos playoffs. E pelo que mostrou na pré-temporada, é bom não duvidar de sua majestade.
Afinal, não há tantos bons times candidatos aos playoffs na Conferência Leste. Philadelphia, Toronto, Milwaukee, New York, Miami, Orlando. Aqui estão seis. E por que o Washington não pode, ao menos, brigar por uma das duas últimas? Está aí o grande desafio de Jordan.
No outro lado, o Lakers desponta não apenas como favorito ao título da Conferência do Leste, mas também da NBA. A estrutura da equipe está mantida, mas é provável que alguns ajustes levem tempo. Primeiro, porque o armador Derek Fisher, como na temporada passada, se recupera de nova fratura na perna e só deve voltar na segunda metade. Até lá, a equipe terá na armação Lindsay Hunter, que ainda se adapta ao sistema dos triângulos.
Outra novidade no Lakers será Robert Horry como provável titular. Ele se consagrou nos últimos anos como um excepcional reserva, decisivo principalmente nos playoffs. Com a saída de Horace Grant (de volta a Orlando), Horry deve assumir a vaga. Pelo menos na pré-temporada, Samaki Walker não jogou o suficiente para fazer par com Shaquille O'Neal.
Mais um desafio ao Lakers será a adaptação às novas regras. Ainda mais com a liberação da defesa por zona, que deve atingir principalmente Shaq. Desafio também para Kobe Bryant, que poderá ter mais espaço em razão do esforço para segurar O'Neal.
Se Portland e San Antonio eram os maiores rivais do Lakers nas últimas temporadas, desta vez a ameaça deve partir de Dallas. O Mavericks foi a surpresa do campeonato passado. Com a base mantida, pode sonhar mais alto desta vez.
Como candidato a uma possível final da liga, o Orlando se candidata como grande força do Leste. Tracy McGrady terá a companhia de Grant Hill, uma dupla que pode fazer a diferença. Mas o Philadelphia deu a resposta na semana passada, com a contratação de Derek Coleman, um parceiro à altura de Iverson
Toda essa adrenalina pelo título, porém, ficará congelada pela expectativa causada com o retorno de Jordan. Que os súditos aguardem a sua vez para brilhar.