Já ouvi alguém dizer que um pouco mais de trabalho, um pouco mais de perseverança, quem sabe um pouco mais de sorte, é o que a gente chama de destino. Essa linha imaginária, ao mesmo tempo real, para onde convergem todas as coincidências formando os fatos que mudam nossas vidas. Senão, como explicar o que acontece com Luizão, impetuoso atacante do Corinthians?
O caminho, o destino dele, sempre foi o gol. Desde menino foi assim. Quando no juvenil do Guarani, num campeonato paulista, fez mais de trinta gols. Em abril deste ano, uma semana antes de assinar um contrato que beirava os US$ 6 milhões, machucou o joelho. Pior que a perda do dinheiro, foi a dor de ver a Seleção Brasileira ficar mais distante. Era para voltar ao futebol somente no ano que vem. Surpreendeu a todos, retornou antes do tempo, como antes, fazendo gols, liderando o Corinthians, um leão.
Agora, convocado de novo para a Seleção, que tanto precisa do seu futebol, de novo as linhas embaralhadas da sorte o castigam. Num lance “bobo”, isolado, sem que ninguém o tocasse, a dor, a distensão, o medo de ter que deixar a Seleção. Como consolo, na hora do choro, ao deixar o campo, o ombro amigo de Wanderley Luxemburgo.
Luizão, já está combinado, vai se apresentar à Seleção
de qualquer maneira, junto com os outros convocados. Pode ser que permaneça fazendo tratamento para o último jogo, dia 14, contra a Venezuela. Nessa mesma data, Luizão estará fazendo aniversário. Pode ser que nesse dia ganhe de presente, por merecimento e competência, a escalação para a Seleção Brasileira. Se jogar, fatalmente fará um gol, que poderá ser o da classificação do Brasil para a Copa do Mundo. Nesse caso, poderíamos repensar dogmas e premissas. Filosofias vãs. Que sorte, que nada! O destino da gente é a gente mesmo que faz. Quem sabe?