A melhor jogadora do Brasil não joga no Brasil. Não joga por que não
quer ou não joga por que não pode? A verdade é que a situação atual do
basquete brasileiro não permite ter em quadra a sua maior jogadora.
A última partida oficial de Janeth foi contra o Los Angeles Sparks,
quando o Houston Comets perdeu a sua hegemonia na WNBA, ao ser derrotado nos
playoffs finais da Conferência Oeste. Na época, meados de agosto, ela já não
acreditava que jogaria nos próximos meses para se recuperar de uma contusão
no joelho, que a acompanha nos últimos anos.
Foi uma maneira delicada de dizer que nenhum clube está em condições
de contratá-la. Ela até chegou a admitir que estava interessada em montar o
próprio time. Uma estrela sem constelação. A que ponto chegamos!
Na semana passada, Janeth reapareceu, desta vez para participar de uma
bela homenagem da Unimep, em Piracicaba. Jogou ao lado de grandes atletas da
história, e fez um duelo digno de super-jogadoras ao lado da veterana Paula.
Foi a melhor coisa que aconteceu no basquete feminino nos últimos meses, com
todo respeito ao Campeonato Paulista.
Agora, surge a notícia de que Janeth seria convidada para defender o
Botafogo no Campeonato Carioca, que começa em dezembro. Ora, só pode ser
piada. Se os grandes (que exagero!) clubes do basquete brasileiro não
conseguem contratá-la, não será o Botafogo que faria tal gentileza.
O clube que já foi de Garrincha não consegue nem pagar os salários
dos jogadores do time de futebol. Eles não recebem desde setembro. O
Botafogo já pensa em vender alguns jogadores justamente para pagar suas
dívidas. Nessa situação, ainda quer montar um time de basquete? Bussunda,
com sua permissão: fala sério!
Assim, é provável que Janeth fique ainda muito tempo sem dar o ar da
sua graça por aqui. Uma lástima. Talvez no Campeonato Nacional, em 2002,
apareça uma proposta decente. Até lá, o basquete brasileiro só tem a
lamentar.