Pelé chegou há 7 dias de Nova York, ficou 72 horas em São Paulo, embarcou sábado para Londres, depois vai para a Coréia presenciar o sorteio da Copa do Mundo. Esse convite, aliás, lhe foi negado quando da Copa do Mundo da França 98. Naquele dia do sorteio, Pelé sofreu um golpe baixo, rude, desferido pelo presidente da FIFA, João Havelange.
João, brigado com Pelé, proibiu sua presença no local do sorteio das chaves para a competição mundial. Dois anos e meio depois, Pelé recebia um beijo e um abraço de Havelange, selando o pacto com a banda podre do futebol, em nome da reestruturação do esporte brasileiro.
Na mesma fotografia, ao lado do ex-presidente da FIFA,
aparecia o ex-genro e protegido, Ricardo Teixeira, desafeto público de Pelé. Tanto João quanto Ricardo cansaram de se manifestar publicamente contra o Rei do futebol. Na hora que precisaram do seu prestígio, correram atrás do maior jogador de futebol de todos os tempos.
Dentro do campo, os amigos e companheiros de Pelé sempre lhe foram fiéis, leais e solidários. Formaram juntos o maior time de futebol do mundo. Nos seus negócios particulares, não sei se Pelé teve amigos, muito menos solidários fiéis e leais. Acho que não. Que me lembre, ainda jovem, inexperiente e já consagrado, o jogador se uniu
a Pepe Gordo, um sócio numa loja chamada Sanitária Santista. Perdeu o sócio, o amigo, perdeu dinheiro.
Por qualquer frase pronunciada, pensamento político exposto, o mundo caia sobre sua cabeça. Recentemente foi usado politicamente como ministro do atual governo. Emprestou ao atual desgastado governo brasileiro seu nome, sua marca, sua vida, seu prestígio.
Pelé conseguiu aprovar uma lei que levava o seu nome. Mutilaram a Lei Pelé. Remendaram-na depois. Em 1995 se desentendeu com Roberto Seabra, seu sócio na Pelé Sports. Agora, paga por der tido esta união temporária.
Além de Seabra, seu outro sócio, Hélio Viana, que deveria ter sido amigo fiel, sócio honesto por vinte anos, parece que não foi. Pelé rompeu a sociedade. Terminou com uma amizade de quase três décadas. Uma auditoria mostra que os sócios desviaram dinheiro, negociaram o seu nome, barganharam seu prestígio.
O nome de Pelé aparece nos jornais como patrono de coisas e negócios
escusos. Quem dele se aproximou, hoje cospe no prato que comeu. E no final, se nada ficar provado, já terão então enlameado o seu nome, manchado a trajetória de um brasileiro digno e honrado.