Para usar um termo da moda, a galera deve se lembrar
quando o Corinthians foi Campeão do Mundo no torneio
realizado na Cidade Maravilhosa. Uma conquista que mexeu
com as estruturas dos outros clubes e infernizou a vida
das torcidas adversárias.
Até então, o chamado
Campeonato do Mundo, se resumia a um jogo no Japão entre
dois times, como aconteceu agora com o Bayern de Munique derrotando o Boca Juniors. Depois do jogo, um simpático
japonês, dono de uma fábrica de automóveis, entregava a
taça ao vencedor e “c’est fini”.
Estou me lembrando do título corintiano a propósito da notícia que informa a possível volta de Rincón ao Parque São Jorge. Certa
feita, eu participava de um programa de televisão tendo
ao lado Vampeta e o jogador colombiano. Rincón estava
indo para o Santos. Lá pelas tantas, disse que o
discutido jogador jamais voltaria a jogar em qualquer
outro time como tinha conseguido atuar no Corinthians.
Expliquei o motivo. Ponderei que dificilmente ele
encontraria companheiros como no Timão. Por exemplo, ao
prender uma bola, jamais teria ao lado se apresentando
um meia como Ricardinho, um parceiro como Vampeta, um
atacante veloz como Edílson, um craque malicioso como
Marcelinho, ou um centroavante com a capacidade de
definição como Luizão. Não teria a saída inteligente
pela lateral esquerda como Silvinho. Quando perdesse a
bola não teria a força do jovem Edu, ou Gilmar para
recuperá-la. Vampeta deu risada e brincou com o
companheiro num tom solene: “Tá vendo?”.
O tempo passou, Rincón não se acertou em time nenhum. Marcelinho deu no que deu. Edílson está no Flamengo, que pode cair para a
segunda divisão. O goleiro Dida foi mandado embora do
Milan. Vampeta esqueceu seu futebol pelas andanças da
Europa e adjacências, ou em noites mal dormidas. Uma vez
perguntaram a George Harrison se os Beatles voltariam a
cantar juntos. Ele respondeu que seria o mesmo que o
cara se casar, ter filhos, divorciar e retornar ao
quarto de solteiro na casa de mamãe.
Rincón pode voltar ao Corinthians, mas não encontrará mais, nem de longe, o time Campeão do Mundo. Pode se encontrar, isto sim, com
um time campeão da Mercosul. Mas essa é uma outra
história.