Diógenes foi um cabra porreta. Viveu há muitos anos, mais propriamente no século 4 a.C. Mas até hoje as pessoas se lembram do velho filósofo. O importante é que, além de sábio, Diógenes sempre foi honesto, pois seu pai era encarregado da casa de cunhagem de moedas. E, ainda assim, morreram pobres, pai e filho. Diógenes é aquele filósofo que em plena luz do dia andava pelas ruas de Atenas com uma lanterna na mão "à procura de um homem honesto".
Lembro-me desse episódio histórico em função de uma reunião, ou melhor, de um almoço realizado numa churrascaria de rodízio, no Rio de Janeiro. Estavam à mesa dirigentes do atual futebol brasileiro. Entre uma garfada e outra em busca de uma possível solução para o lamaçal em que transformaram nosso pobre futebol.
Tenho a impressão que Diógenes passou com sua lanterna pela churrascaria. Como não achou o que pretendia, foi embora. Todos esses dirigentes estão, na verdade, se borrando de medo do relatório final da CPI do Senado. Tanto assim, que o presidente Ricardo Teixeira esqueceu seus problemas cardíacos e se atirou num corpo a corpo em Brasília, implorando votos para os senadores. Apenas oito votos podem condená-lo no relatório. Nesse caso, seria preciso arrumar outro presidente para a CBF. Daí, o almoço no rodízio, no Rio.
Somos hoje, dizem, uma população de quase 150 milhões de habitantes. Não conseguem encontrar, no mundo do futebol, um homem, um só, com qualidades para assumir as responsabilidades que o cargo de presidente da CBF impõe. Um homem honesto que mereça respeito e tenha credibilidade. Daí, levados pelo desatino, lançarem o nome de um dos convivas presentes no regabofe. Aos 85 anos, querem a volta de João Havelange, que dizem, nada 12 km por dia. Ainda se fosse para o cargo na Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos...
P.S.: foi o Sr. Havelange quem inventou Ricardo Teixeira, na época seu genro, para o futebol brasileiro.