Oscar Schmidt, que auto se intitula o maior cestinha do mundo, acaba de
ser ignorado em eleição promovida pelo Comitê Olímpico Brasileiro para a
escolha dos maiores esportistas do ano. Oscar perdeu na categoria basquete e
também nem concorre ao prêmio máximo, do maior de todos. É, no mínimo,
estranho.
Janeth foi a escolhida como o maior nome do basquete brasileiro este
ano. Ela também vai concorrer ao prêmio de maior esportista, mas com poucas
chances. O prêmio deverá ser entregue à ginasta Daniele Hypólito. A terceira
concorrente, zebra das zebras, é a saltadora e corredora Maurren Maggi. Os
três nomes foram adiantados por esta coluna.
Entre os homens, Oscar ficou para trás. O recorde não-oficial
conquistado há poucas semanas não foi suficiente para chamar a atenção do
COB. Vão concorrer o tenista Gustavo Kuerten (candidato ao tri), o iatista
Robert Scheidt e o jogador de vôlei Nalbert. Este último foi o único que a
coluna não previa na disputa.
O estranho nessa história é que Oscar pode passar o ano em branco.
Apesar de sua marca mundial ser contestada, é indiscutível sua importância
para o esporte brasileiro. Basta citar o recorde de cinco participações
olímpicas, o que já seria suficiente para ter uma cadeira de honra dentro do
COB.
Mas, nesta fase da carreira, entre a quase aposentadoria e o futuro
como dirigente, a questão política começa a prevalecer. Oscar merecia ao
menos uma menção honrosa nesta premiação. Pois é impossível lembrar dos
maiores esportistas brasileiros sem citar o nome do cestinha.
Num país carente de ídolos no esporte, Oscar é quase uma unanimidade.
Porém, no mundo da política do esporte, nem sempre uma cesta é válida quando
a bola passa pelo aro.