O Vasco saiu na frente na decisão do estadual carioca graças a Rogério. O ala foi fundamental nos instantes finais de uma partida equilibrada, resolvida nos últimos minutos. E foi nesse momento que o vascaíno assumiu o comando, com arremessos precisos e uma atitude que há muito não se via.
Durante anos, depois dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 96, Rogério carregou nas costas o peso de ser um novo Oscar. E pagou caro por isso. A cobrança em cima dele foi sempre exagerada, e até demais da conta. Muitos treinadores também abusaram dessa expectativa, querendo transformá-lo em algo que ele não jamais poderia ser.
Diferente de Oscar, Rogério é um jogador importante na defesa e para abrir espaços. Sua fama de bom arremessador ajuda a atrair a marcação, deixando outros jogadores livres para finalizar. Ele não é daqueles jogadores que precisam arremessar a todo instante, que forçam o chute. Ele não tem essa constância no arremesso. O que ele tem é a precisão em momentos decisivos. Demorou, mas enfim Rogério encontrou sua maneira de jogar. Foi assim contra o Flamengo e na semifinal contra o Fluminense. Méritos para o técnico Hélio Rubens.
Uma visão diferente da que se tinha de Rogério anos atrás, quando se exigia dele pelo menos trinta pontos por partida. Algo que também o prejudicou na seleção brasileira. "Eu jogo para o time, e não para a torcida", disse o ala, à ESPN Brasil. "A função do jogador é seguir as orientações do treinador. É isso que eu faço."
Rogério está certo. E nunca seu jogo esteve em tão alto nível como agora. Neste domingo, ele comandou as ações decisivas contra o Flamengo. Acertou dois arremessos preciosos de três pontos, em momentos cruciais da partida. Teve também a autoridade de partir com a bola para o garrafão, atraindo a marcação e forçando faltas de uma defesa que já estava pendurada. Uma tática inteligente para um bom arremessador de lances livres e para ajudar a eliminar adversários com faltas.
A vitória do Vasco, pelas mãos de Rogério, foi acima de tudo tática. Poderia ter sido menos dramática, já que a equipe vascaína passou a maior parte do tempo permitindo o jogo cadenciado do adversário, e também cometendo muitas faltas.
Além de Rogério, o Vasco encontrou nos minutos finais um jovem armador inspirado. Manteiguinha mostrou que tem talento, ao contrário daqueles que afirmam que ele só está onde está por influências extra-quadra. Não. Ele teve personalidade e capacidade de levar a equipe no quarto decisivo.
Para uma final tão equilibrada, o Vasco conseguiu uma importante vantagem, na vitória neste primeiro jogo. E mostrou que tem um jogador capaz de decidir. Não só o time vascaíno encontrou uma segurança, como o basquete brasileiro pode respirar aliviado: Rogério não é um Oscar; é, enfim, um Rogério!