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Juarez Soares
Domingo, 16 Dezembro de 2001, 20h00
terraesportes@terra.com.br

Segunda final também
vai ser no ataque


Terminou no domingo à tarde o primeiro tempo da decisão do Campeonato Brasileiro deste ano. O Atlético-PR está ganhando de 2 a 0. É bom lembrar que com o resultado de 4 a 2 favorável ao time paranaense, o rubro-negro traz para São Caetano a vantagem dos dois gols.

Na hora da decisão de um campeonato de tamanha importância normalmente os comentaristas, que sempre andam em cima do fio da navalha em nome do bom senso para não ferir suscetibilidades, pensam duas vezes antes de descer de cima do muro.

Eu tenho uma opinião que absolutamente não tem o toque de nenhuma genialidade. Apenas entendo que o São Caetano perdeu um jogo que poderia, no mínimo, ter empatado.

Com o resultado de Curitiba, o Azulão perdeu o campeonato? Não, não perdeu. O time do técnico Jair Picerni tem condições de ganhar, domingo que vem, por uma diferença de dois gols? É claro que tem!

Com isso, quero dizer que se os dois times não são iguais, são semelhantes. Praticam um futebol jogado para a frente, característica rara hoje em dia, e que qualifica os grandes times do futebol brasileiro.

Quem joga sempre buscando o ataque corre o risco de ser vulnerável na defesa. Nem poderia ser diferente. É uma questão de mentalidade, de opção, de estilo de vida e de jogo. Para grandes conquistas, grandes riscos. Só os técnicos medíocres se contentam em perder de pouco ou jogar pela pobreza do empate.

O São Caetano perdeu porque foi ousado, não renegou sua história no campeonato deste ano. O Atlético-PR venceu porque confirmou sua imensa capacidade de jogar no ataque. Não é à toa que seus jogadores ostentam a glória de ser a equipe que mais gols marcou no campeonato deste ano.

No futebol, como no amor, o jogo é vencido para quem cuida dos detalhes. A primeira partida decisiva não fugiu a essa regra. A tabela que Souza fez com Alex Mineiro no terceiro gol foi um detalhe primoroso. O aproveitamento de Adriano no último minuto de jogo, quando a defesa do São Caetano vacilou, foi digno de um jogador técnico e de personalidade.

O pênalti foi claro, digno de um juiz da personalidade de Carlos Eugênio Simon. O mesmo juiz ao ver o tape da partida vai sentir a dor de ter prejudicado o São Caetano quando não marcou o pênalti sofrido por Magrão quando a história do jogo era diferente.

Enfim, do momento atual do futebol brasileiro, em que o jornalista tem por obrigação criticar roubalheiras e falcatruas, é muito bom ter a chance de elogiar o São Caetano e o Atlético-PR, os dois melhores times do futebol brasileiro da atualidade. E como manda a história das grandes decisões, o jogo que vai entrar para a história fica para o próximo domingo. Mas essa é uma conversa para daqui a uma semana.

 

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