São sete meses de promessas não cumpridas. De sofrimento. Se superação. De angústia. Acima de tudo, de honra e hombridade. Os jogadores do Vasco fizeram a sua parte. Ganharam o Nacional e o Carioca. Só não ganharam o salário. Sem nenhum tostão, estão pagando o preço de terem confiado em Eurico Miranda.
Mas para tudo há um limite. E, no Vasco, esse limite é sexta-feira. É quando termina o prazo dado pelo técnico Hélio Rubens para que a direção do Vasco, pela primeira vez neste semestre, honre seus compromissos. Do contrário, o time acaba.
A esperança do Vasco é o recente contrato de R$ 24 milhões anuais anunciado nesta quarta por Eurico Miranda com o grupo mexicano NovaMedia.
Mas, a princípio, esse dinheiro deverá ser usado para pagar as dívidas com o time de futebol, principalmente com Romário.
Por questão de prioridade, o basquete deve ficar em segundo plano. Assim, o time será desfeito. Todos os jogadores já receberam propostas, a maioria de clubes paulistas. Franca, por exemplo, sonha não só com o retorno de Hélio Rubens, como também de Rogério, Helinho e Sandro Varejão.
É triste ver o Vasco terminando assim com uma equipe que chegou ao vice-campeonato do McDonald's, só perdendo na final para o San Antonio Spurs. Uma honra que nenhum outro time brasileiro jamais alcançou: decidir um título com um time da NBA. O que lhe valeu a condição de melhor equipe do mundo fora dos EUA.
O Vasco é ainda o atual bicampeão nacional, o que mostra também a grave situação não só no clube, como em todo o esporte no país. Acreditar em algum tipo de ajuda ao clube de Eurico Miranda seria como acreditar em Papai Noel. Mas, aos vascaínos, não resta outra alternativa: é torcer para que seu presidente, com o biótipo perfeito, vista a roupa vermelha e chegue com o saco cheio de dinheiro.