Porque amanhã é sábado, temos o direito de sonhar que o futebol brasileiro
vai mudar. Porque amanhã é sábado, esteja a onde estiver, esperamos que o sr.
Ricardo Teixeira renuncie ao cargo de presidente da CBF.
Porque amanhã é
sábado, foi o dia limite anunciado pelo ministro de esportes Carlos Melles
para Teixeira cair fora. Porque amanhã é sábado, talvez o ministro do
governo brasileiro, ao menos por um minuto, se lembre da importância do seu
cargo. E porque é ministro e porque amanhã é sábado, o Sr Melles não tem o
direito de ser leviano e marcar uma data limite para a mudança do nosso
futebol.
Se foi leviano, não pode continuar como ministro. Se está mal-informado, sonhando com realizações impossíveis pior ainda. A saída do sr.
Ricardo Teixeira é muito mais que uma simples retirada de um dirigente
taxado publicamente de corrupto. É uma questão que envolve diretamente a
qualidade que jamais um governo pode ter questionado: A autoridade.
Um
governo que perde a autoridade é um governo banal, no qual ninguém acredita.
Não se discute aqui os outros males que aflingem o torcedor brasileiro. O que
está em pauta é a vida esportiva do país quatro vezes campeão mundial de
futebol.
Faltam 119 dias apara a abertura da Copa do Mundo. Falta coragem
para a autoridade brasileira emitir a medida provisória que pode transformar
nosso futebol. É uma questão de moral, de orgulho do país. Se o preço dessa
atitude é não ir para a Copa do Mundo, que seja pago. Isso é o que se espera
de um governo que tenha um pouco de boa vontade e determinação para
enfrentar a quadrilha do futebol brasileiro.
Porque amanhã é sábado,
esperamos que tudo possa mudar. Se nada acontecer, é porque os homens do
governo que tem a obrigação de zelar pela moralidade do esporte são na
verdade piores, muito inferiores aos delinqüentes da rua da alfândega.