É dando que se recebe. A frase dita pelo falecido deputado Roberto Cardoso Alaves, o Robertão, foi seguido à risca pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em 1999, quando jogava pelo Flamengo, Romário, como sempre, fez um gol. Para festejar, levantou a camisa rubro-negra e, por baixo, surgiu a frase: FHC eu e muitos estamos com você. Era um apoio público e deslavado.
Agora, quando se discute se o Baixinho deve ou não ser convocado para jogar a Copa do Mundo, veio a retribuição: direto de Varsóvia, o presidente do Brasil pede a convocação de Romário para a Seleção Brasileira. Não sei se pede ou exige. O futuro dirá.
Aliás, impossível deixar de lembrar que o Brasil já viu esse filme. Pouco antes da Copa de 70 no México, Emílio Garrastazu Médice, então no cargo,
pediu a convocação de Dario, do Atlético Mineiro. O técnico era João Saldanha – o “João sem medo”;
Ele teve a única atitude que se podia esperar de um profissional de sua altivez moral: “O presidente
escala seus ministros, eu escalo a Seleção”. Claro, depois disso, João Saldanha foi demitido por João Havelange. Mas a Seleção já estava classificada, o time escalado, pronto para ganhar a Copa. Como ganhou.
Para o lugar de Saldanha veio o Zagallo. Técnico bem mandado, uma de suas primeiras atitudes foi convocar Dario como o chefe determinara. Agora o fato se repete. Vamos ver a atitude de Felipão. Declaradamente de direita, Felipão já disse publicamente que admira o ex-ditador chileno Augusto Pinichet. Acho que a convocação imediata de Romário para o jogo contra a Islândia seria um exagero. Seria muito descaramento. Quem sabe para o futuro.
Se Romário for convocado, Felipão vai se alinhar ao lado de Zagallo. Será, antes de tudo, um técnico bem mandado.