A invasão da NBA tem tudo para mexer com as estruturas do basquete
brasileiro. E já estava mesmo na hora de dar uma sacudida, ainda mais num
momento importante, quando vários jogadores estão despontando e até sonhando
com uma chance no draft.
A NBA não joga para perder. O que significa que sua campanha no país
deve ser intensa. E se o basquete brasileiro não quiser ficar para trás,
terá de reagir.
O primeiro ataque da liga norte-americana será em cima da garotada,
com produtos especialmente voltados à ela e com um torneio colegial em São
Paulo. Vai fazer barulho, com escolas imitando os nomes dos times da NBA.
A armadora Helen, que atua na WNBA, foi muito feliz em declaração à
ESPN/Brasil: "O basquete brasileiro deveria aproveitar e aprender alguma
coisa com eles (os norte-americanos). A estrutura é super-profissional".
O basquete feminino, por exemplo, é o maior retrato do atraso
brasileiro. Basta ver a situação de Janeth, que não joga desde agosto do ano
passado por absoluta falta de time. Isso mesmo: o Brasil não consegue
arrumar time para sua principal jogadora.
Está aí uma oportunidade rara para os dirigentes brasileiros
aprenderam como se faz. E não venham com a conversa de que não têm nada a
copiar do modelo norte-americano, ou de que se trata de mais uma arma do
imperialismo yankee.
Com uma nova injeção de ânimo como esta, o basquete brasileiro tem
muito a evoluir. Os garotos terão mais estímulo, e com isso a tendência é
que os clubes recebam uma enxurrada de atletas. Uma grande peneira, que
servirá como seleção natural para futuros atletas.
E, por tabela, é também um incentivo a quem sonha em chegar à NBA.
Ânderson, Nenê e Marcelinho são três que encabeçam a lista dos principais
concorrentes. Mas eles precisam também ter na cabeça que terão de jogar
muita bola e que só o marketing não irá garantir lugar na meca do basquete.