De onde vem essa força, essa magia, que transforma um jogador de futebol em campeão do mundo? Afinal, o Brasil, terra do futebol tem, na estatística dos exageros, 170 milhões de habitantes. Dessa multidão, quase incontrolável, saíram 88 atletas campeões do mundo. Sem dúvida, um privilégio, quase sobrenatural.
Todos tiveram talento suficiente para chegar ao máximo. Além disso, que mãos são essas que tecem a rede misteriosa do sucesso? Os que acreditam dirão que são as linhas do destino. Quem pode dizer o contrário? Desde o primeiro título de 58 na Suécia, foi assim. Mauro era muito mais técnico que Belline. Mas o eterno capitão foi Belline que celebrizou o gesto ao levantar a taça Jules Rimet.
Nesse mesmo time, Moacir estava em muito melhor forma que Didi. Como resposta ao mestre sentenciou: “Treino é treino, jogo é jogo”. Começou jogando Mazzola, perdeu o posto para Vavá. Garrincha jogou quase por acaso. Em 62 no Chile, a maior dupla de área da história do nosso futebol, Pelé x Coutinho, estava em Mar del Plata. Não jogaram juntos na Seleção nem um minuto. Lá mesmo, Zequinha, Mengalvio, Jurandir, foram campeões do mundo. Quem se lembra?
Em 70 no México, Zagalo queria escalar todos os convocados do Botafogo, acabou jogando o “time do povo”, que foi campeão. Em 94 nos Estados Unidos, uma retranca mudou a história da Seleção. Disseram que Dunga, era o máximo, a cara da Seleção. Deus nos livre. Os italianos chutaram 3 pênaltis fora. O Brasil foi campeão.
Agora, a 90 dias da Copa, metade do time está convocado. As linhas do destino estão sendo traçadas, pelas mãos dos deuses ou do terráqueo Felipão. Se fossem escalados Ronaldo, Romário, Rivaldo no ataque seriam atletas que foram 4 vezes eleitos pela Fifa os melhores do mundo. Mas eles não estarão juntos. Que Seleção na face da terra pode se dar a tanto luxo? E ainda assim ser campeã do mundo. Ah! Os mistérios do destino.