Muito se fala que o Brasil é um país que não tem memória, que não dá
valor para seus antigos ídolos. Não é uma constatação totalmente mentirosa,
nem totalmente verdadeira. Mas é certo que ainda estamos engatinhando neste
campo.
Um bom exemplo poderá ser visto na noite desta quinta-feira, pela ESPN
Internacional. No segundo jogo da rodada dupla da transmissão da NBA, dois
times com a mesma origem: o Los Angeles Lakers e o Minnesota Timberwolves. O
Lakers começou sua história em Mineápolis, a cidade cercada por lagos que
inspirou o nome de uma das mais tradicionais marcas esportivas do planeta.
Enfim, aproveitando o confronto entre os dois times, o Lakers irá
homenagear os seus lendários jogadores que conquistaram cinco títulos em
seis anos, na época em que a franquia estava no estado de Minnesota. O foco
da cerimônia será para o time que irá comemorar 50 anos da conquista do
título da temporada de 1951-1952.
E um detalhe irá marcar a festa: o Lakers irá jogar com um modelo de
uniforme exatamente igual ao usado meio século atrás. Algo que já foi feito
recentemente por equipes de futebol americano e até mesmo no Brasil, em
recentes momentos históricos envolvendo o Corinthians (com a vinda ao Brasil
de seus inspiradores ingleses) e no centenário do Flamengo.
Homenagens como esta são comuns na NBA. Como foi durante o nostálgico
All-Star Game onde a liga selecionou os 50 maiores jogadores da história.
No Brasil, porém, é cada vez mais difícil presenciar momentos como
este. Mas é preciso lembrar da recente homenagem feita pela Confederação
Brasileira de Basquete aos primeiros campeões mundiais, de 1959. E a
entidade promete, para o ano que vem, repetir a dose, lembrando os
bicampeões de 1963.
Ainda está em estudo pela CBB uma homenagem às jogadoras brasileiras
que conquistaram medalhas em Mundiais, Olimpíadas e Pan-Americanos. A
intenção é fazer uma festa ainda este ano.
No embalo, na próxima dia 22 será a vez de a Federação Paulista
render homenagem a Oscar, durante a festa em que serão premiados os
destaques da temporada estadual em 2001.
Já é um bom sinal. E fica aqui uma sugestão: com tantos títulos,
heróicos campeões e campeãs, já não está na hora de se criar um Salão da
Fama do basquete brasileiro?