O torcedor brasileiro nunca sofreu tanto com a Seleção Brasileira como nos últimos tempos. Vivemos todos um estado de penúria durante as Eliminatórias. Técnicos entravam e saíam e a Seleção jogando cada vez menos. Até que no jogo final contra a Venezuela, o juiz ajudou um pouco, a outra parte Edílson e Luizão fizeram.
Agora que a tempestade passou, sentimos soprar o vento generoso da esperança. As partidas disputadas contra Bolívia, Arábia Saudita, não sei mais quem, nada significaram. Jogamos contra o vento. Trouxas ou inocentes foram os jogadores que não aproveitaram aquelas oportunidades. Agora é tudo diferente. O jogo contra Portugal serviu para mostrar os novos tempos da Seleção.
Se é que existe malandro no bom sentido, jogador de futebol pertence a essa categoria. Quando a água bate na bunda todos aprendem a nadar. Veja bem. No jogo “amistoso” contra Portugal, o Brasil cometeu 46 faltas, dez a mais do que o adversário. O pau comeu. Ninguém fugiu da briga. Isso é bom, mostrou um time determinado, cheio de interesse.
O bicho pega é na escolha do esquema tático que a Seleção vai jogar. Ou joga com os três mosqueteiros na defesa formando lá atrás o trio parada dura, ou escolhe o trivial, o 4-4-2. Mesmo porque não há muito tempo para treinamento.
A Seleção corre um tremendo risco paralelo. Só uma emissora de TV vai transmitir a Copa, com exclusividade. Vai predominar a ditadura da audiência. Agora cismaram que Ronaldinho é um espetáculo, que vai ser o grande jogador do Brasil, vai resolver todos os nossos problemas. A TV falou, Felipão repetiu. Acho perigoso e prematuro, jogar tanta responsabilidade nas costas de um jogador, talentoso é verdade, mas e daí?
Uma Seleção para ser campeã do mundo, deve ter como maior qualidade o equilíbrio. Tem que balancear defesa, meio campo, ataque com personalidade. Só assim os talentos individuais, podem aparecer. Essa maioridade a Seleção Brasileira atual ainda não atingiu. Tem quarenta dias, para resolver o problema. Copa do Mundo não é uma disputa de sonhos. É uma luta contra a realidade.