“O sonho acabou”. A frase ficou famosa dita por John Lennon, que
encantou e continua arrancando suspiros de gregos e troianos. Até de
corintianos. Os sonhos distribuídos por torcedores da Gaviões da Fiel na
porta do estádio também acabaram, mas só por um momento. O desejo de ver o estádio corintiano construído, pronto para receber sua inigualável torcida, não morre nunca. Ele vem de longe. Para se ter uma idéia, que eu me lembre, os ex-presidentes corintianos nos últimos anos, já convocaram engenheiros e arquitetos que produziram várias maquetes de hipotéticos campos de futebol.
Vicente Matheus mandou fazer três. Wadi Helou, outro tanto. O famoso
arquiteto Ícaro de Castro Melo chegou a produzir uma obra que reproduzia um estádio coberto. O atual presidente Dualib também não ficou para trás. Já mandou elaborar sonhos em forma de projetos. Mas ninguém diz a verdade. Hoje não existe quem tenha dinheiro para construir um estádio de futebol. Pelo menos nenhum clube. E o caso do Corinthians, como fica?
Acho que a parceria com os americanos está agonizando, se é que já não morreu. Os rapazes do Tio Sam quebraram. Estão limpando a gaveta, vão voltar para o Texas. Já não dispõem de dinheiro para honrar a folha de pagamento dos jogadores. O clube é que está se virando e, olha, que são 1 milhão e 400 mil reais. O estádio é outro assunto. Agora, a Prefeitura de Diadema, gentilmente se propõe a doar uma área de 250 mil metros para a construção do estádio. Dizem que os gringos já compraram o terreno na Raposo Tavares. Uma pergunta: quem não tem dinheiro para pagar os jogadores, terá grana para construir estádio que custa, no mínimo 100 milhões de reais? Quem falou
que o estádio tem que ser construído na Raposo Tavares?
A casa do Corinthians é na Zona Leste, seu berço, sua tradição. O Corinthians um dia terá seu estádio, mas isso vai depender somente da sua imensa torcida, sempre, sempre fiel.