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Juarez Soares
Segunda-feira, 29 Abril de 2002, 11h26
terraesportes@terra.com.br

Conta outra


De tantas frases, criadas para definir a romântica e sofrida profissão de goleiro, talvez esta seja a mais conhecida: “O goleiro é tão infeliz que onde ele joga, nem há grama.”

Pelo menos não nascia. Na pequena área, debaixo do travessão, até pouco tempo, tudo era um terrão só. Além disso, todo goleiro experiente ainda raspava a chuteira na grama para definir uma risca, que iria orientá-lo, indicando a posição certa para fechar o ângulo e buscar a defesa. Hoje, talvez, não seja mais assim.

Principalmente na Europa, onde a tecnologia e os cuidados levaram os gramados quase à perfeição. Tudo isso para dizer que os três goleiros até agora selecionados por Felipão vivem momentos que os credenciam como os maiores goleiros que vão disputar a Copa do Mundo.

Marcos, até hoje titular absoluto, treina muito, tem experiência, personalidade forte, fala sempre o que sente, quando necessário analisa as falhas de seu time com clareza, doa a quem doer. Além disso, já foi atleta de Felipão. O gaúcho foi seu treinador no Palmeiras. Com ele, Marcos foi campeão da Libertadores, pegou pênalti na decisão em pleno Parque Antártica, elevou Felipão às alturas, fez miséria.

É titular com méritos. Rogério Ceni é outro goleiro de nível internacional. Agora, de novo em forma, tem sangue quente, elasticidade, comanda a defesa, é respeitado pelos companheiros. Nas horas vagas ainda cobra faltas, faz gols, é um goleiro artilheiro, líder no São Paulo. Só não está acostumado a ser reserva. Vamos ver como vai reagir quando for obrigado a ficar no banco.

O outro goleiro que deve ir à Copa é Dida do Corinthians. Dos três, é o que tem gênio diferenciado. Calmo, quieto, na maior parte das vezes calado, fica na dele. Essa sua postura cativa os colegas, faz dele um profissional admirado. Jamais levanta a voz, incapaz de uma grosseria, leva a vida com classe. Quando realiza defesas impossíveis, seus companheiros fazem uma festa, como no lance do jogo em que defendeu o pênalti cobrado por França.

Bom companheiro e bom caráter. Agora Felipão vem com a história de que já tem 22 jogadores certos para a Copa. Só falta um. Diz que a dúvida é no gol. Essa não; conta outra, Felipão!

 

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