A decisão da Conferência Oeste da NBA bem que poderia ser chamada de
uma final antecipada da liga. Mas não se deve desprezar a força do Boston de
Paul Pierce e Antonie Walker nem do Nets de Jason Kidd. Então, antes de
passar a carroça na frente dos bois, é bom Lakers e Kings se cuidarem.
Este deve ser o grande teste para o Lakers, que sonha com o
tricampeonato. Qualquer que seja o adversário numa eventual final da NBA,
nenhum time tem condições de segurar Shaquille O'Neal. A exceção é o Kings.
O Sacramento é a maior ameaça do tri. Não apenas por ter feito a melhor
campanha em toda a temporada ou por ter o mando de quadra na série. Mas por
ser realmente um time equilibrado e com um ataque assustador.
Na série contra o Dallas, o Kings registrou a impressionante média de
113 pontos por partida, além de ter marcado mais de 100 pontos em todos os
cinco jogos. Vale ressaltar que o Mavericks teve a segunda pior defesa da
temporada regular.
Já o Lakers não conseguiu, em nenhuma partida contra o San Antonio,
passar dos 100 pontos. Sua média foi de 90 por partida.
Porém, no critério de defesa, a situação é totalmente oposta. O
Sacramento é outra verdadeira peneira: sofreu em média 107 pontos por jogo
contra o Dallas, sendo que apenas uma única vez impediu o adversário de
passar dos 100.
Já o Lakers em nenhum jogo contra o Spurs sofreu mais de 90 pontos. A
média na série foi de apenas 86 pontos tomados por partida.
Outro ponto favorável ao time de Los Angeles é o retrospecto contra o
Kings: venceu três dos quatro confrontos na temporada regular, incluindo uma
partida no Arco Arena, o ginásio na capital da Califórnia onde começa a
decisão do Oeste, no próximo sábado.
Então, quem é o favorito? O time de melhor campanha na temporada ou
aquele que tem o melhor retrospecto no cara a cara? A grande questão nesta
série será Shaquille O'Neal. O superpivô está jogando com limitações
físicas, com dores nas pernas e no pulso. E isso tem restringido sua
presença no garrafão. E pode ser um detalhe fundamental principalmente
contra um adversário que tem capacidade para marcá-lo, com Vlade Divac.
Mas, se parar Shaq, o Lakers ainda tem Kobe Bryant, certo? Correto,
mas nem tanto. O segredo do time de Los Angeles é a combinação entre os
dois. Quando um recebe marcação dupla, sobra espaço para o outro aparecer,
além das demais forças do time, como Derek Fisher, Rick Fox e Robert Horry.
Com O'Neal meia-boca, estaria aberto o caminho para a coroação dos Kings.
O Sacramento tem como grande arma nesta série não o seu astro Chris
Webber, mas o armador Mike Bibby. O Lakers tem uma enorme dificuldade para
evitar a penetração dos armadores rivais, situação que Bibby pode e deve
aproveitar. Além disso, o Kings tem dois ótimos arremessadores, Peja
Stoickovic e Doug Christie.
Prognóstico: sete jogos. Mas escolher o vencedor já é outra história.
Marcelinho
A assessoria de imprensa do ala Marcelinho, do Fluminense, envia um
"pedido de esclarecimento". Diz a nota que o jogador não poderia ser
incluído no draft deste ano, por ter superado a idade de 21 (ele já está com
26). Estranho, porque no ano passado, quando tinha 25, o próprio Marcelinho
anunciou sua participação no draft e, em seguida, se retirou, alegando que
iria se dedicar inteiramente à Seleção Brasileira.
A assessoria também "esclareceu" esse ponto. Diz que Marcelinho
desistiu, no ano passado, de participar da Summer League, que reuniu os
reservas dos times da NBA e jogadores não selecionados, numa espécie de
peneira nacional. Este ano, o ala do Flu, segundo a assessoria, foi
convidado a disputar o torneio de verão pelo Portland Trail Blazers.
Uma coisa é certa: todos torcem para que Marcelinho tenha uma
oportunidade na NBA. Boa sorte!