Faltam quinze dias para o Brasil estrear na Copa do Mundo contra a Turquia, dia 3 de junho. E daí? Daí que só o calendário não apresenta nenhuma novidade. Tudo bem. O que deixa a torcida com a pulga atrás da orelha é a forma como nosso time vem jogando.
O amistoso contra a Catalunha deixou isto muito claro. O time brasileiro ganhou bem, isto é, 3 a 1 é um resultado clássico, os gols foram legítimos, etc. e tal. Ganhou bem, mas não jogou bem. Se Luiz Felipe Scolari for um técnico minimamente preparado para disputar uma Copa do Mundo deve estar preocupado.
Não interessa agora se existiu um ou vários culpados, mas está claro que a Seleção Brasileira não tem um esquema tático definido. O time corre, luta, se esforça, nem poderia ser de outra forma, mas não empolga ninguém, não causa vibração na torcida.
Parece que os jogadores estão se conhecendo agora. E olhe que a seleção da Catalunha estava sem pelo menos dez jogadores impedidos de atuar. Era isso mesmo, um time fraco, apenas um conjunto valente, mas incapaz de pegar o touro à unha.
O Brasil mostrou no amistoso ser um time sem brilho coletivo. Foi uma seleção comum, não pode haver maior ofensa ao futebol brasileiro do que chamá-lo de comum. Falta um craque no meio campo, um meia armador tradicional, um Gerson, um Didi, um Zidane, um Veron, até mesmo um Ricardinho.
Jogador de meio-de-campo precisa merecer o respeito dos demais companheiros. Mais que isso, precisa ser admirado. Esse profissional hoje o Brasil não tem. Sobrou para o Brasil a habilidade individual de Denílson que vai ser reserva e a forma física espetacular de Ronaldinho Gaúcho, que faz dele um atacante perigoso.
O outro Ronaldinho, o italiano, jogou pouco, quase nada. Lento, sem mobilidade, evitando choque, não foi nem sombra do goleador que o Brasil espera ver na Copa.
Comentarista é chato mesmo, quase sempre vê ou antevê os defeitos da Seleção, é dever de ofício. No duro, vamos torcer para que tudo se resolva em quinze dias, mas acho que hoje todos os cem milhões de técnicos que o Brasil possui estão desconfiados da força da Seleção Brasileira.