Depois de quase 20 anos, o Brasil recebe a notícia de que será
novamente sede de um Mundial. É, sem dúvida, uma vitória e demonstração de
prestígio do basquete brasileiro. Um reconhecimento pelo título de 94 e às
medalhas olímpicas de 96 e 2000. Mas não é hora para comemorar. É hora para
trabalhar.
A Confederação Brasileira de Basquete vibrou de forma exagerada. "Essa
vitória é o resultado do reconhecimento da FIBA e de seus filiados do
trabalho desenvolvido pela CBB e da gloriosa história do basquete feminino
brasileiro", disse o presidente Gerasime Bozikis.
Quanto à "gloriosa história", tudo bem. Mas o "reconhecimento ao
trabalho desenvolvido pela CBB"? Quantos times femininos sobraram no país?
Pela última avaliação, apenas nove. Isso é motivo para festejar? Acho que
não.
Então, a escolha do Brasil como sede do Mundial de 2006 pode ser
entendida como um voto de confiança. No exterior, não há dúvida de que o
basquete feminino brasileiro está em alta. Aqui, sabe-se que não, muito pelo
contrário.
Não bastasse a falta de estrutura nos clubes, a CBB terá muito
trabalho também na organização do Mundial. Poucos ginásios no país estão em
condições de receber uma competição como essa. A não ser que a CBB prefira
utilizar o Mundial de forma política, atendendo às federações estaduais,
criando uma romaria de jogos espalhados pelo país.
A escolha também tem algo a ver com o Comitê Olímpico Brasileiro, que
está fazendo qualquer negócio para colocar o Brasil no mapa das grandes
competições. Carlos Arthur Nuzman já abocanhou os Jogos Sul-Americanos, que
serão disputados a partir de 1 a 11 de agosto em várias cidades do país. O
COB também trabalha para trazer os Jogos Pan-Americanos de 2007. E o maior
objetivo: as Olimpíadas de 2012.
O Mundial de basquete é mais uma arma política para o COB em seu
sonho olímpico. Qualquer competição deste nível serve como parâmetro e,
principalmente, campanha de marketing. Mas é bom tomar cuidado para o tiro
não sair pela culatra.
Experiência vencida?
Já faz tempo que o basquete brasileiro não encabeça uma competição como essa. O último Mundial adulto realizado aqui foi o feminino de 83. Antes, foram realizados outros dois (57 e 71). No masculino, o Brasil sediou dois (54 e 63). Também foram disputados dois juvenis (masculino em 79 e feminino em 97).
Lakers rumo ao tetra
O tricampeão de Los Angeles deu o primeiro passo para manter o time
atual, em busca do quarto título consecutivo na NBA. O ala-pivô reserva
Samaki Walker decidiu permanecer por mais um ano, de acordo com cláusula
estabelecida em seu contrato. Resta ainda definir a situação de outros seis
reservas. Entre os titulares, todos ainda têm, pelo menos, mais dois anos de contrato.