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Arbitragem compromete em três jogos e ofusca inovações na abertura do Brasileiro

Com cartão de visitas preocupante, apito do Brasileirão rouba a cena em primeira rodada repleta de novidades e equívocos

15 abr 2024 - 10h22
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Jogadores do Atlético-GO reclamam com árbitro após pênalti a favor do Flamengo
Jogadores do Atlético-GO reclamam com árbitro após pênalti a favor do Flamengo
Foto: Ingryd Oliveira/ACG

Quatro jogadores foram substituídos após choques de cabeça na primeira rodada do Campeonato Brasileiro, fazendo valer o novo protocolo que permite às equipes uma substituição extra para atletas que sofrem concussão. Outra novidade foi a divulgação de áudio em tempo real das decisões dos árbitros diante da análise do VAR.

Entretanto, o que era para ser uma rodada marcada por inovações acabou manchada, logo de cara, por erros de arbitragem – que certamente não serão admitidos pela chefia do apito. Um deles, em São Januário, utilizando o áudio para justificar a decisão equivocada de interpretação de bola na mão.

Mesmo com o auxílio do vídeo, o árbitro Flávio Rodrigues de Souza entendeu como toque acidental o lance em que Lucas Piton, lateral do Vasco, praticamente segura a bola com a mão dentro da área em disputa com Diego Costa, e não marcou pênalti para o Grêmio. Como era de se esperar, comissão técnica e jogadores gremistas protestaram bastante ao ouvir a explicação por áudio que ignorava a infração.

Já no segundo tempo do duelo em São Januário, entrou em cena a batida lei da compensação. Como não havia marcado a penalidade para o Grêmio, o VAR não recomendou revisão de pênalti claro de Rodrigo Ely em cima do volante vascaíno Galdames, que foi chutado por trás pelo zagueiro – talvez para evitar um novo mico do árbitro em justificativa com áudio aberto.

Em outra partida que disponibilizou a inovação, a arbitragem voltou a pecar pela falta de critério. No empate entre Corinthians e Atlético-MG, o VAR desprezou o lance em que o lateral Fagner atinge a perna de Zaracho, na altura de joelho, com uma solada. O árbitro de campo deu apenas amarelo para o lateral corintiano pela entrada passível de expulsão.

Depois, aplicou o segundo amarelo de maneira exagerada para o volante Battaglia após enrosco com Yuri Alberto, que disputava espaço com o defensor atleticano. O Galo saiu de campo reclamando com razão da arbitragem, que deixou o time de Gabriel Milito com um jogador a menos ainda no primeiro tempo e não adotou rigor semelhante com Fagner, que deveria ter sido expulso antes.

No jogo entre Atlético-GO e Flamengo, a arbitragem acertou na maioria dos lances cruciais, sobretudo nos pênaltis marcados a favor tanto dos mandantes quanto dos visitantes. Mas, no caso da penalidade contra o Dragão, assinalada aos 54 minutos do segundo tempo, o VAR se equivocou ao chamar o árbitro em lance interpretativo que deveria ter sido apontado no campo.

Maguinho subiu com o braço aberto e acertou o rosto de Bruno Henrique em jogada temerária. Porém, os árbitros de vídeo interpretaram o lance como agressão e recomendaram a expulsão do lateral da equipe goiana, além da marcação do penal. Não era lance para vermelho, ao contrário da solada no rosto de Alejo em cima de Ayrton Lucas, contemporizada com amarelo ainda no primeiro tempo.

Sinal de alerta ligado já na rodada inaugural do Brasileirão, em que a arbitragem conseguiu roubar a cena e comprometer em pelo menos três jogos, além de ofuscar a inovação do áudio vendida como gesto de transparência pela CBF. Não adianta usar a tecnologia se quem a opera continua demonstrando despreparo – e quem os chefia segue fechando os olhos para erros crônicos.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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