Clubes grandes despontam como candidatos ao rebaixamento no Brasileirão
Com apenas 10 rodadas, Z-4 recheado de camisas pesadas vira pesadelo para times em crise técnica e administrativa
Caso o Vitória derrote o Atlético-MG nesta quinta-feira, no Barradão, o Z-4 do Campeonato Brasileiro será formado por Vasco, Corinthians, Grêmio e Fluminense ao fim de 10 rodadas. Quatro clubes grandes, de camisas pesadas e torcidas de massa, ameaçados pelo rebaixamento em menos de um terço de competição.
Embora estejam em pior situação na tabela, Grêmio e Fluminense ainda apresentam perspectivas melhores de reação. Sem poder atuar em sua arena, impactado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, o tricolor gaúcho tem dois jogos a menos no Brasileirão e se apega à capacidade do ídolo Renato Portaluppi de reinventar o time em situações adversas para romper a sequência de cinco derrotas consecutivas.
Já o outro tricolor, o carioca, surpreendentemente lanterna do campeonato, chegou a sete jogos sem vencer após a derrota por 2 a 0 para o Cruzeiro, no Mineirão. Atual campeão da Libertadores, o Fluminense ainda não conseguiu alcançar o mesmo nível de rendimento do ano passado, apesar dos bons reforços no elenco, principal trunfo de Fernando Diniz em busca da reabilitação. A volta de Thiago Silva, que poderá atuar a partir de julho, é a aposta para estancar a defesa que sofre uma média de quase dois gols por partida.
O maior risco de queda, entretanto, aponta para Corinthians e Vasco, ambos com sete pontos e em profunda crise administrativa. Do lado corintiano, a derrota para o Inter escancarou a falta de repertório do time comandado por António Oliveira, que não vence há seis jogos. Pra complicar, a gestão de Augusto Melo corre risco de impeachment após debandada de diretores e ruptura de contrato com patrocinadora máster por suspeita desvio de comissão.
Mas a situação mais delicada é a da equipe cruzmaltina. No ano passado, o Vasco só escapou do rebaixamento na última rodada. Nesta temporada, o cenário se desenha ainda pior, com o clube assolado pelo litígio com a 777, dona da SAF que foi apeada do poder na Justiça.
Sob o comando interino de Pedrinho, presidente do associativo, o Vasco não oferece sinais de evolução. Seja contra equipes da parte de cima da tabela, como Flamengo e Palmeiras, seja diante de times mais próximos de sua realidade, como Cruzeiro e Juventude, a única constante é a incapacidade de imposição vascaína.
Álvaro Pacheco, que foi contratado ainda na alçada da 777, acumula quatro jogos sem vencer, com três derrotas e 10 gols sofridos – pior defesa do campeonato. Perdido e rifado em meio à troca de gestão, o treinador português já está por um fio na Colina.
Não bastassem os inúmeros problemas internos, Corinthians e Vasco também se preocupam com os concorrentes. Times de orçamento mais modesto, como Criciúma, Cuiabá e Juventude, se mostram competitivos e prometem dar trabalho aos grandes, que, além da necessidade imediata de reação em campo, precisam juntar os cacos nos bastidores para se afastar da indesejável zona do rebaixamento.