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Endrick se despede do Palmeiras com raro status de ídolo prodígio

Desde Neymar, um jogador não saía para a Europa tão badalado e consagrado como o craque formado na base alviverde

30 mai 2024 - 21h07
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Torcida do Palmeiras homenageia Endrick com mosaico no Allianz Parque
Torcida do Palmeiras homenageia Endrick com mosaico no Allianz Parque
Foto: Nelson Almeida/Getty Images

Não é comum que jogadores vendidos tão jovens no Brasil tenham tempo para construir um cartel como o de Endrick, que, aos 17 anos, se despediu do Palmeiras no empate diante do San Lorenzo, pela última rodada da fase de grupos da Libertadores. O Allianz Parque ovacionou um dos maiores talentos já revelados pelo clube, visivelmente emocionado tanto antes do início da partida quanto no momento em que acabou substituído por Abel Ferreira, encerrando seu ciclo com 21 gols marcados em 82 jogos.

Outros craques visados pelo mercado europeu desde a base estiveram distantes de experimentar algo parecido. Philippe Coutinho saiu do Vasco na temporada em que começava a se firmar como titular após participar da campanha vitoriosa na Série B. Futuros companheiros do palmeirense no Real Madrid, Vini Jr. e Rodrygo deixaram Flamengo e Santos, respectivamente, sem conquistar títulos relevantes pela equipe principal.

Quem mais se aproximou de Endrick foi o também formado na Academia do Palmeiras, Gabriel Jesus. Apesar de ter estreado no time profissional um ano mais velho, fez parte do grupo campeão da Copa do Brasil em 2015 e, no ano seguinte, foi protagonista na conquista do Campeonato Brasileiro, quando marcou 12 gols na competição.

Por sua vez, Endrick levará para o Real Madrid uma bagagem com dois títulos do Paulistão, o bicampeonato brasileiro e uma Supercopa do Brasil. Estrela do time na última conquista nacional, com 11 gols e atuações assombrosas, como na virada sobre o Botafogo por 4 a 3, ele dá adeus ao Palmeiras com raro status de ídolo prodígio.

Desde Neymar, um jogador não se transferia para a Europa tão badalado e consagrado como o atacante revelado pela base palmeirense. Ao contrário do ídolo santista, que, graças a um plano de carreira pessoal, jogou no Brasil até os 21 anos e só rumou para o Barcelona após conquistar seis títulos pelo Santos, incluindo uma Libertadores, Endrick foi obrigado a queimar etapas para moldar sua idolatria em bem menos tempo.

Impossível cravar desde já que ele alcançará o mesmo sucesso internacional de Neymar ou mesmo de Gabriel Jesus. Mas como nome afirmado na seleção principal e uma perspectiva mais que promissora no maior clube do mundo, o jovem craque que se despede do Palmeiras esta noite vai desembarcar na Espanha com um cintilante rótulo de realidade, e não mais de uma promessa.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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