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Machismo de Abel testa discurso feminista de Leila no Palmeiras

Presidenta alviverde tem obrigação de repreender treinador que apelou à carteirada machista diante de uma repórter

26 ago 2024 - 08h08
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Leila Pereira precisa ir além do discurso após atitude machista do técnico palmeirense
Leila Pereira precisa ir além do discurso após atitude machista do técnico palmeirense
Foto: Cesar Greco/Palmeiras

No começo do ano, Leila Pereira organizou a primeira entrevista coletiva apenas para profissionais mulheres do jornalismo, ocasião em que anunciou a renovação de contrato com Abel Ferreira. Agora, o treinador português coloca a presidente do Palmeiras em uma sinuca de bico após protagonizar episódio de machismo escancarado.

Perguntado pela repórter Alinne Fanelli, da BandNews, sobre a lesão do lateral Mayke, o técnico respondeu que só deve explicações a sua mãe, sua esposa e a Leila Pereira. Uma típica carteirada machista, já que Abel não utilizou esse argumento diante de outros profissionais homens da imprensa, mas somente com uma mulher.

Depois da óbvia repercussão negativa, Abel Ferreira tentou se explicar. Qualificou o episódio como um “mal-entendido”, argumentando que a comparação já estava em sua cabeça antes da pergunta da repórter e não teria se dado conta de que “a declaração poderia gerar uma interpretação diferente ou hostil”.

Embora admita ter sido “infeliz”, o técnico não faz um exame de consciência completo em seu pedido público de desculpas. Faltou reconhecer que a infelicidade foi um deslize machista. Sem admitir que o erro tem a ver com discriminação de gênero, enraizada na sociedade e ainda mais latente no ambiente do futebol, é impossível refletir sobre a necessidade de mudar comportamentos.

Na coletiva restrita a mulheres, Leila Pereira exaltou como às vezes se sente solitária no meio, sendo a única presidenta entre homens que comandam clubes de elite no país. Ao explicar a exclusão de repórteres do sexo masculino do evento, a dirigente foi sagaz ao pedir que os incomodados pela atitude inclusiva não fossem histéricos.

Porém, caso não se pronuncie e ou faça vistas grossas ao machismo do treinador de seu time, dará razão a críticos e opositores que a acusam de levantar a bandeira feminista apenas quando lhe é conveniente. Até o momento, Leila só se manifestou nas redes sociais para compartilhar a rasa retratação de Abel e uma foto com a cantora Ivete Sangalo.

Espera-se mais de quem tanto representa no futebol e, sobretudo por isso, tem a obrigação de repreender o ato machista de um subordinado, reincidente em falas “infelizes” e preconceituosas.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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