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Renato Gaúcho se perde em personagem soberbo e negacionista da bola

Técnico do Grêmio volta a terceirizar responsabilidades após eliminação diante do Fluminense na Libertadores

21 ago 2024 - 11h16
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Travado por opção tática de Renato, Grêmio foi engolido pelo Flu no primeiro tempo
Travado por opção tática de Renato, Grêmio foi engolido pelo Flu no primeiro tempo
Foto: Wagner Meier/Getty Images

O Grêmio foi eliminado da Libertadores para o Fluminense, nos pênaltis, após perder por 2 a 1 no Maracanã. Tentando administrar a vantagem obtida no primeiro jogo, o técnico Renato Portaluppi optou por uma escalação com três zagueiros e retrancou o time gaúcho. Passou longe de ter sucesso.

Sem um meia de armação, já que Cristaldo foi sacado para a entrada de Kannemann, a equipe visitante mal tocava na bola. Não conseguiu finalizar uma vez sequer na etapa inicial, enquanto o Fluminense dominou as ações e marcou dois gols.

A reação gremista só veio no segundo tempo, quando Renato Gaúcho lançou a campo não apenas Cristaldo, mas também o meia-atacante Monsalve, que vem pedindo passagem e deu a assistência para o gol de Gustavo Nunes, levando a decisão para as penalidades.

Em menos de um mês, o Grêmio caiu na Libertadores e na Copa do Brasil nos pênaltis. Há quem prefira responsabilizar os batedores, mas ambas as quedas estão relacionadas a opções táticas equivocadas do treinador, que prefere terceirizar responsabilidades.

“Vem no meu lugar. Pega o apito e vai pro campo”, respondeu Renato, de forma irônica, ao responder a um repórter justamente sobre a escolha pelo esquema com três zagueiros. Nesta temporada, o treinador gremista tem se notabilizado por embates com jornalistas que, ao contrário do que ele sugere, não o questionam para mostrar capacidade de tomar seu emprego, mas para buscar e transmitir explicações aos torcedores.

Desde que dobrou a aposta no personagem soberbo, tão seguro de suas convicções a ponto de menosprezar a ciência e o estudo aprofundado do futebol, Renato Gaúcho se comporta como um legítimo negacionista da bola, que depende de uma constante relação conflituosa com a imprensa para vendê-la como inimiga do clube.

Em vez de colocar o foco em argumentos táticos e didáticos, que ajudem tanto a torcida quanto jornalistas a compreenderem suas escolhas, o técnico prefere a postura arrogante de desqualificar quem o questiona de maneira profissional. Porém, aos poucos esse personagem tem se desgastado e dado sinais de esgotamento.

Com o time lutando contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o torcedor do Grêmio já não confia cegamente nos poderes de Renato. O treinador que um dia prometeu ganhar tudo quando tivesse à disposição o maior orçamento do país e fracassou no Flamengo segue convicto de que sua equipe reagirá, mas precisa demonstrar mais repertório para que a recuperação não seja tão tardia quanto a que custou a queda na Libertadores.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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