Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Renato Gaúcho se perde em personagem soberbo e negacionista da bola

Técnico do Grêmio volta a terceirizar responsabilidades após eliminação diante do Fluminense na Libertadores

21 ago 2024 - 11h16
Compartilhar
Exibir comentários
Travado por opção tática de Renato, Grêmio foi engolido pelo Flu no primeiro tempo
Travado por opção tática de Renato, Grêmio foi engolido pelo Flu no primeiro tempo
Foto: Wagner Meier/Getty Images

O Grêmio foi eliminado da Libertadores para o Fluminense, nos pênaltis, após perder por 2 a 1 no Maracanã. Tentando administrar a vantagem obtida no primeiro jogo, o técnico Renato Portaluppi optou por uma escalação com três zagueiros e retrancou o time gaúcho. Passou longe de ter sucesso.

Sem um meia de armação, já que Cristaldo foi sacado para a entrada de Kannemann, a equipe visitante mal tocava na bola. Não conseguiu finalizar uma vez sequer na etapa inicial, enquanto o Fluminense dominou as ações e marcou dois gols.

A reação gremista só veio no segundo tempo, quando Renato Gaúcho lançou a campo não apenas Cristaldo, mas também o meia-atacante Monsalve, que vem pedindo passagem e deu a assistência para o gol de Gustavo Nunes, levando a decisão para as penalidades.

Em menos de um mês, o Grêmio caiu na Libertadores e na Copa do Brasil nos pênaltis. Há quem prefira responsabilizar os batedores, mas ambas as quedas estão relacionadas a opções táticas equivocadas do treinador, que prefere terceirizar responsabilidades.

“Vem no meu lugar. Pega o apito e vai pro campo”, respondeu Renato, de forma irônica, ao responder a um repórter justamente sobre a escolha pelo esquema com três zagueiros. Nesta temporada, o treinador gremista tem se notabilizado por embates com jornalistas que, ao contrário do que ele sugere, não o questionam para mostrar capacidade de tomar seu emprego, mas para buscar e transmitir explicações aos torcedores.

Desde que dobrou a aposta no personagem soberbo, tão seguro de suas convicções a ponto de menosprezar a ciência e o estudo aprofundado do futebol, Renato Gaúcho se comporta como um legítimo negacionista da bola, que depende de uma constante relação conflituosa com a imprensa para vendê-la como inimiga do clube.

Em vez de colocar o foco em argumentos táticos e didáticos, que ajudem tanto a torcida quanto jornalistas a compreenderem suas escolhas, o técnico prefere a postura arrogante de desqualificar quem o questiona de maneira profissional. Porém, aos poucos esse personagem tem se desgastado e dado sinais de esgotamento.

Com o time lutando contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o torcedor do Grêmio já não confia cegamente nos poderes de Renato. O treinador que um dia prometeu ganhar tudo quando tivesse à disposição o maior orçamento do país e fracassou no Flamengo segue convicto de que sua equipe reagirá, mas precisa demonstrar mais repertório para que a recuperação não seja tão tardia quanto a que custou a queda na Libertadores.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade