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Textor age como cartola das antigas ao atacar o Palmeiras

Dono do Botafogo insiste em alfinetar rival que tirou título de seu time em vez de focar nos próprios problemas

23 jan 2024 - 14h37
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Dono do Botafogo, John Textor volta a forçar rivalidade com o Palmeiras
Dono do Botafogo, John Textor volta a forçar rivalidade com o Palmeiras
Foto: Reprodução/TV / Jogada10

Parece que o Botafogo ainda não superou a perda do Campeonato Brasileiro no ano passado. Ao menos é o que indica seu comando, representado pelo norte-americano John Textor, dono da SAF.

Quase dois meses depois do fim do Brasileirão, o dirigente segue cutucando o Palmeiras e reforça a narrativa conspiratória de que seu time teria perdido o campeonato devido a uma não comprovada manipulação de resultados em prol da equipe paulista, que teve de tirar uma vantagem de 13 pontos no segundo turno para abocanhar o título.

“O Palmeiras deveria comprar em outro lugar. Jogadores do Botafogo preferem [jogar] 11 x 11”, publicou Textor em uma rede social ao comentar sobre o possível interesse do clube alviverde no atacante Júnior Santos. A referência de ‘11 x 11’ remete ao dossiê encomendado pelo proprietário botafoguense que sugere favorecimento ao Palmeiras por ter jogado em vantagem numérica de atletas em 11 ocasiões na temporada 2023.

Ao insistir na teoria da conspiração e em provocações mesquinhas, Textor se comporta como os cartolas das antigas, adeptos de polêmicas públicas que acirram rivalidades. A declaração, inclusive, lembra o estilo falastrão de Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente do Botafogo nos velhos tempos de associação.

Nada como uma bravata para servir de cortina de fumaça para os erros de gestão, ainda mais na semana em que o Botafogo anunciou a contratação do lateral português Manafá e foi obrigado a voltar atrás por causa de um desacordo com o Granada. O mesmo expediente utilizado por Textor para camuflar as falhas internas ao longo do último Brasileirão.

Em vez de fazer um mea-culpa sobre a contratação equivocada de Bruno Lage, a efetivação sem respaldo técnico do inexperiente Lúcio Flávio ou da transferência de comando ao grupo de jogadores que bancou o auxiliar, o dono do Botafogo prefere resumir a perda do título a uma suposta manipulação que nem ele nem qualquer outro dirigente conseguiu provar.

Agir como os antiquados e amadores cartolas que atrasam o futebol brasileiro não é exatamente o que os botafoguenses esperavam de um empresário que diz enxergar o negócio da bola como investimento. Passar recibo e forçar uma rivalidade desnecessária contra o Palmeiras não resolvem os problemas da equipe alvinegra, que deveriam ser o foco das atenções até a estreia na Libertadores, daqui um mês.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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