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The Best e o escárnio que implodiu a credibilidade do prêmio da Fifa

Ausência de Vinicius Jr. só reforça o constrangimento da premiação que o deixou de fora até mesmo do top 10

15 jan 2024 - 18h29
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Messi venceu o The Best, mas não compareceu à premiação
Messi venceu o The Best, mas não compareceu à premiação
Foto: Kate Green/Getty Images

Lionel Messi, mais uma vez, foi o grande vencedor na categoria masculina do The Best, premiação organizada pela Fifa que elege o melhor jogador do mundo. Mas é inevitável não destacar o constrangimento em torno do evento, ainda mais um dia depois de Vinicius Jr. brilhar pelo Real Madrid na conquista da Supercopa da Espanha e se tornar o primeiro brasileiro a marcar três gols contra o Barcelona no El Clásico.

Vini não estava entre os três finalistas do prêmio, que, além de Messi, contou com Erling Haaland e Kylian Mbappé. Tampouco na lista dos 12 indicados à honraria, apesar de ter jogado mais que o craque argentino na temporada passada.

Pelo aspecto estritamente técnico, Vini merecia estar entre os três melhores do mundo. Na temporada 2022-23, ele marcou 25 gols e deu 22 assistências. Porém, o prêmio analisa apenas o período entre 19 de dezembro de 2022, após a Copa do Catar, e 20 de agosto de 2023 – metade da temporada europeia.

Nesse recorte, o atacante brasileiro anotou 16 gols e somou 14 assistências, protagonista nas conquistas do Mundial de Clubes e a Copa do Rei pelo Real Madrid. Messi fez mais gols no período (24), é verdade, mas 10 deles defendendo o Inter Miami, no cenário bem menos competitivo da MLS.

Como a premiação não contemplava a Copa do Mundo, Messi levou o The Best pelo nome e pelo o que representa, não pelo o que fez na temporada. Se houvesse justiça nos critérios de indicações e escolha, o vencedor ficaria entre Haaland e Mbappé, com Vini Jr. completando o pódio em terceiro lugar.

E o constrangimento foi além da coroação de Messi. Nenhum dos finalistas da categoria masculina compareceu à cerimônia, dando a medida da falta de credibilidade do prêmio. Na seleção da temporada, votada exclusivamente pelos atletas, Vini aparece entre os escolhidos para o ataque, reforçando a contradição do prêmio, que ainda entregou o troféu Fair Play ao brasileiro por sua luta contra o racismo.

Pelo menos nesse ponto, o The Best foi didático ao escancarar o próprio preconceito de sua premiação. Afinal, somente o racismo explica Vini Jr. fora do top 10 mundial pelo segundo ano consecutivo. Cada grande atuação do craque do Real Madrid representa um tapa da cara da Fifa e das premiações individuais que insistem em boicotar seu talento.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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