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Time feminino do Corinthians é único motivo de orgulho para o torcedor nos últimos anos

Capitã Tamires marca o gol do pentacampeonato, e as Brabas calam inimigos internos ao ampliar soberania no futebol nacional

10 set 2023 - 18h54
(atualizado às 18h56)
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Tamires marcou o gol do pentacampeonato brasileiro do Corinthians
Tamires marcou o gol do pentacampeonato brasileiro do Corinthians
Foto: Cris Mattos/Staff Images Woman/CBF

Maior campeão do Brasileirão feminino, o Corinthians garantiu o penta ao bater a Ferroviária por 2 a 1, de virada, neste domingo. Uma tarde histórica não só pelo quinto título nacional (o quarto consecutivo), mas também pelo recorde de público em jogos de futebol feminino na América do Sul, com mais de 42.000 torcedores na Neo Química Arena.

Poderia ter sido o sexto título brasileiro seguido, não fosse a derrota em 2019 justamente para a Ferroviária, que conquistou aquela edição na disputa por pênaltis. A sequência de títulos nacionais, somada ao tricampeonato da Libertadores, coroa a hegemonia do time feminino do Corinthians no cenário sul-americano e também serve como resposta aos inimigos internos.

Em abril, muitos debocharam de Tamires e da equipe feminina do Corinthians, inclusive dentro do clube, quando perderam para o Internacional um dia depois de divulgarem manifesto se opondo à chegada do técnico Cuca, condenado por violência sexual na Suíça. Agora, coube à capitã marcar o gol do título, provando que o engajamento em questões sociais e por mais respeito às mulheres no futebol não impede o time de seguir soberano na modalidade. 

Na época da contratação de Cuca, jogadores do masculino abraçaram o treinador dentro de campo, indiferentes ao justíssimo protesto do feminino. Nenhum deles se dignou a enviar uma mensagem de apoio às colegas antes da final nem a participar da campanha pela quebra do recorde de público no estádio.

O episódio Cuca, que acabou pedindo demissão por causa da pressão generalizada, apenas evidenciou como o departamento feminino é um oásis de excelência e resistência dentro do clube, remando até mesmo contra a diretoria que não dá o devido valor às conquistas da equipe.

Graças ao esforço empreendido por Cris Gambaré, diretora do futebol feminino, o Corinthians se tornou referência internacional na modalidade e venceu todos os torneios possíveis sob o comando do técnico Arthur Elias, que, devido ao grande trabalho no clube, chegou à seleção brasileira e se despediu em grande estilo da Neo Química Arena.

Enquanto o masculino amarga um jejum de títulos desde 2019 e não ganhou nada durante a gestão de Duilio Monteiro Alves, presidente responsável por bancar a contratação de Cuca e se indispor com o departamento mais vitorioso do clube, o Corinthians feminino agora vai em busca do tetra na Libertadores, que começa em outubro.

Resilientes a tentativas de sabotagem até mesmo de dirigentes, as Brabas conquistaram um lugar especial no coração do torcedor corintiano empilhando taças e representando com seus posicionamentos a luta feminista – que deveria ser uma bandeira de todo o clube que um dia lutou pela democracia. 

E hoje, diante dos seguidos vexames esportivos e institucionais do time masculino, elas se confirmam cada vez mais como o único motivo de orgulho para a torcida do Corinthians nos últimos anos.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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