Ano de homenagens à Pele foi o declínio das camisas vestidas pelo rei
Santos e Seleção Brasileira caíram de rendimento e temporada não respeitou luto ao maior do futebol.
Em vida, Pelé sempre foi ativo e crítico nas redes sociais. Um ano depois de sua partida, a família seguiu com a página que o ex-jogador utilizava para opinar. Hoje, ela apenas reproduz memórias e homenagens ao astro brasileiro do futebol, em diversas línguas. É impossível não pensar o que Pelé diria sobre o último ano do clube e da seleção que ele atuou com a grandiosidade de um gênio. A fama internacional que o Santos e que o Brasil têm foi, em sua grande parte, construída por ele - e está bem diferente dos dias atuais.
No Santos, o problema começou já em janeiro. Durante o velório do rei do futebol, enquanto o clube fazia de tudo para homenagear o maior jogador da história do Santos, os jogadores não anteciparam as férias e poucos compareceram ao velório na Vila Belmiro. Não existe a opção de vestir a camisa santista e não pensar que é a mesma que Pelé usou, são coisas inseparáveis. A falta de empatia e de atitude para honrar a história de um ídolo revelava a baixa compatibilidade do elenco com o clube. Depois, isso foi comprovado em campo: o Santos lutou para não cair no Paulistão, foi eliminado nas oitavas de final da Copa do Brasil e na fase de grupos da Sulamericana e viveu o rebaixamento no Brasileirão pela primeira vez.
Na Seleção Brasileira, uma temporada perdida. Em 2023 tivemos Ramon Menezes como técnico interino até Fernando Diniz assumir a função, se dividindo entre seleção e Fluminense. Duas passagens que não deram cara e nem rumo ao time do Brasil, que faz uma das piores campanhas de Eliminatórias de Copa do Mundo da história. Acostumado com grandes comandantes brasileiros do passado, Pelé teve orientação para se tornar tão grande com a amarelinha e tinha fé em ver o mesmo acontecer com Neymar, que fecha o ano dando entretenimento em seu cruzeiro. A bagunça na CBF segue enquanto não encontram um novo presidente e o "não" de Carlo Ancelotti para ser o treinador do Brasil é a cereja do bolo. A renovação do italiano com o Real Madrid fez cair os rumores e também escancarou a nossa falta de moral.
Um ano inesquecível pelos vexames, enquanto esperávamos que seria difícil apenas pela falta de um grande nome. Pelé segue sendo o nosso maior orgulho, orgulho que não temos mais dos times que ele tanto amava. E sabe-se lá quando voltaremos a ter. O que nos resta é a saudade. Pelé, você não sabe a falta que faz.