CBF destruiu esperanças da seleção brasileira para 2024
Renovação do treinador italiano Carlo Ancelotti com o Real Madrid escancara falta de credibilidade da entidade
Foi um ano perdido. Se pararmos para olhar o desempenho do Brasil em 2023, conseguimos afirmar tranquilamente que não houve progresso. A busca por um treinador que desse um novo olhar para esse elenco, que é talentoso, falhou. E quando os rumores da vinda de Ancelotti - causados pelo Presidente da CBF, hoje afastado - foram descartados, ficou na cara a grande dificuldade para encontrar um técnico renomado para liderar essa geração. Com o nosso currículo, gerir uma seleção como o Brasil deveria ser uma boa oportunidade. Deveria, mas a verdade é que os problemas na nossa confederação nos deixam sem moral no mercado.
O último ano para a seleção masculina de futebol não contribuiu na jornada para a Copa do Mundo de 2026; ainda mais com a baixa pontuação nas Eliminatórias, conforme o que estávamos acostumados. Começamos com a pouca experiência de Ramon Menezes, o substituto imediato de Tite. Ele foi um jogador multicampeão, memorável pelos belos gols de falta com Cruzeiro, Vitória e Vasco. Meia técnico e perigoso, se aposentou em 2013 e já foi buscar sua licença como técnico. Mas no comando das equipes, teve o trabalho mais longo no Tombense durante 8 meses. Mesmo numa posição temporária, é difícil compreender a escolha para amistosos.
Em seguida, Fernando Diniz veio como um salvador. Com o estilo autoral na moda - porque sim, o que levou o técnico a comandar a seleção brasileira foi o modelo de sucesso no Brasileirão - o comandante chegou com vitória e despistou os pessimistas de imediato. Com o tempo veio o principal problema, exatamente a falta de tempo para implementar o jeito do Dinizismo na amarelinha. Por mais que a ideia lembre um Brasil mais solto em campo, que enfatize a criatividade do jogador talentoso, os melhores que estavam à disposição não conseguiram se adaptar.
É aí que mora o problema: não é que o modelo de Fernando Diniz seja ruim, ao contrário, pode ser um resgate de uma essência adormecida de uma seleção brasileira de sucesso. Só que é impossível colocar tal característica logo de cara com jogadores que estão há anos engessados na Europa. Guardiola elogiou esse modo de jogar, mas contra o acostumado Fluminense fez 4 gols e não sofreu nenhum. A comparação é válida quando pensamos na qualidade que temos em elenco, com grande parte atuando em altíssimo nível nos clubes, mas em conjunto não dá liga. E sem o perfil de um técnico como Ancelotti, nosso progresso ainda vai demorar. O ano novo da seleção, para mim, de feliz não tem nada.