Fluminense e Boca Juniors: o que esperar dos finalistas da Libertadores 2023?
Com base nos jogos da semifinal, uma análise dos pontos fortes do Fluminense e do Boca Juniors que se enfrentam no dia 4 de novembro.
Dois jogos de ida abertos, empatados. E dois jogos de volta incríveis. A história da classificação dos finalistas rendeu emoção até o último minuto do segundo jogo; a comprovação do alto nível dos participantes. Mas quem chegou lá soube disputar o mata-mata mais concorrido do continente e utilizar o oportunismo a seu favor. No dia 4 de novembro, eles terão apenas uma chance e qual deles conseguirá sobrepor essa característica e explorar melhor as chances? Vamos além para entender os outros pontos favoráveis dos finalistas.
O primeiro a alcançar a vaga mais desejada da Libertadores foi o Fluminense, numa virada memorável para qualquer tricolor enquadrar na "parede da memória", como diria Elis Regina (que era gremista). Daí vem o primeiro ponto forte da equipe: RESILIÊNCIA. Contra o Internacional, no Beira-Rio, surpreendeu o adversário que ditava grande parte do jogo e após sair atrás do placar, renasceu das cinzas. Uma partida de Libertadores é feita pelos altos e baixos e, nisso, o comando do DINIZISMO cresce sendo ousado.
O técnico do Fluminense - e também da seleção brasileira - muda o contexto do jogo de volta com a entrada do John Kennedy, que superou o passado de confusões e foi de emprestado para herói. Muito por culpa do Diniz que acreditou no jovem atacante. Outro destaque é a EFICIÊNCIA, mostrada com intensidade visto nos cinco minutos da virada. Essa característica vai desde o artilheiro nato Germán Cano, passa na conta do experiente Marcelo e chega ao Fábio, goleiro que mesmo depois da falha soube friamente se redimir. Somando assim a BOA FINALIZAÇÃO, a EXPERIÊNCIA e a FRIEZA.
Do outro lado, é preciso começar falando do CONTROLE EMOCIONAL do Boca Juniors. A disputa pela vaga na final veio nos pênaltis e lá estava um gigante extremamente preparado: Romero. O goleiro do time argentino tem bons números e, confiante aos 36 anos, encarou 23 pênaltis na temporada e defendeu 12. O que justifica o Boca Juniors, com um a menos e após levar o empate, empurrar a partida para as penalidades. Além disso, teve CAPACIDADE TÉCNICA e Cavani é destaque. O jogador vinha sendo criticado pelo jejum de gols; na volta, abriu o placar contra o Palmeiras com o seu segundo gol no Boca. Mesmo assim, apareceu em toda a partida e mostrou o porquê foi contratado: para ser decisivo.
Sim, Cavani perdeu a primeira cobrança de pênalti e vem tendo um desempenho bem diferente do que ele produziu na carreira - lembrando que Cavani era o batedor oficial do PSG antes da chegada do Neymar. Mas ter um jogador desse nível na equipe faz a diferença, mesmo aos 36 anos. Assim entramos também na PERSONALIDADE do elenco, que era inferior ao do Palmeiras e entendeu a ideia de se defender muito bem, não dando grandes chances para o adversário. No segundo jogo, foram 10 finalizações do Palmeiras contra 2 do Boca no primeiro tempo e na etapa final, com um a menos na expulsão do Rojo e sofrendo o empate, soube segurar diante da necessidade de tirar o melhor jogador - o meia Barco - para reestruturar a defesa. Entramos assim no fator RESISTÊNCIA.
O Boca pode fazer algo bem raro: ser campeão da América sem vencer um jogo no mata-mata da Libertadores 2023, caso leve a final para os pênaltis. Foram seis empates seguidos, o que mostra o quanto a equipe argentina tem o CONHECIMENTO do que é a competição. A camisa de peso continental chega à sua final de número doze no torneio que são hexacampeões. O Fluminense vai para a sua segunda final e ainda busca o título inédito que, dessa vez, será disputado em casa - o enredo perfeito para o clube carioca no dia 4 de novembro, às 17h, no Maracanã.