Quem não se adaptar ao estilo de Diniz ficará fora da Seleção
Tempo de Fernando Diniz na seleção é curto para mostrar que o seu jeito de pensar combina com a amarelinha
Um prêmio. O técnico da seleção brasileira definiu assim a convocação de Endrick, revelação de 17 anos do Palmeiras, que recebe sua primeira oportunidade na seleção brasileira adulta. O jovem atacante já era esperado na lista e segundo Fernando Diniz a intenção é de integrá-lo ao elenco sem tanta pressão, com o objetivo de criar conexão. Algo que fez bem para Ronaldo e Pelé - com as devidas proporções - e pode também contribuir para a promessa brasileira que já se prepara para jogar no exterior, no Real Madrid em 2024.
Endrick é o jogador mais jovem convocado para a seleção desde Ronaldo, relacionado em 1994 também com 17 anos. É melhor acostumá-lo agora do que em momentos fundamentais; embora o atacante palmeirense já tenha mostrado maturidade em campo. Para as partidas contra Colômbia e Argentina, pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo, o treinador pensa em ajustes no Brasil que falhou contra o Uruguai, no dia 17 de outubro.
Na primeira convocação sem Neymar, investiu em outros três estreantes além do Endrick: o ainda desconhecido e formado pelo Fluminense João Pedro, atualmente no Brighton; Paulinho, do Atlético-MG e Pepê do Porto, que também pode ser utilizado como lateral. Uma média de idade bem baixa dos atacantes, o que revela uma renovação e um novo perfil para se melhor adaptar ao modo de jogo autoral do Diniz. Dos atacantes, o mais experiente tem 26 anos. Outra surpresa na lista foi a convocação de apenas 3 laterais. Diniz chamou apenas quem pretende utilizar e irá adaptar outras posições caso necessário. "A coerência foi daquilo que eu acho que pode ter mais sucesso para esses dois desafios que a gente tem", disse ele.
O comandante também escolheu não convocar Lucas Paquetá, meia que está sendo investigado na Inglaterra por um suposto envolvimento em apostas. Por opção da CBF de aguardar o julgamento do jogador, Paquetá fica fora da segunda lista de convocados (mesmo atuando normalmente pelo West Ham) e Diniz espera que até março do ano que vem (quando haverá a próxima convocação) o caso já tenha se resolvido. "Paquetá é um jogador que eu considero um dos melhores dessa geração, eu teria muito gosto em convocá-lo e provavelmente ele teria grandes chances de brigar pela titularidade, porque é um jogador que eu admiro muito. Por enquanto, pediram mais tempo para investigar. Mas a vontade de trazer existe", afirmou.
A intenção do treinador da seleção brasileira é colocar as suas ideias e deixou de chamar Richarlison. Na coletiva, explicou a escolha dizendo: "Acredito que esses jogadores que eu convoquei vão ter, nesse momento, mais condições de entregar aquilo que estou esperando. Richarlison é um excelente jogador, jogou muito bem na principal competição que tem no mundo que é a Copa do Mundo, e não conseguiu entregar aquilo que ele pode. Mas ele não jogou mal, principalmente a primeira perna contra a Bolívia e o Peru. É que a seleção é uma seleção, ele concorre com outros grandes jogadores e nesse momento eu preferi convocar outros." Ou seja, enquanto Diniz estiver à frente da seleção, quem não se adaptar ao perfil de jogo posicional do treinador estará fora das convocações.
Depois de conquistar a Libertadores pelo Fluminense, Diniz agradeceu as felicitações e apenas reforçou o seu estilo de atuação, sobre criar um ambiente positivo. Ele também defendeu que não faz um trabalho de intensidade responsável pelo desgaste e pelas lesões dos jogadores, resumindo em ser um trabalho que, às vezes, cause um estranhamento. O técnico também não abriu mão de Gabriel Jesus, lesionado no Arsenal, ao acreditar na rápida recuperação do atleta e frustrado por perder Martinelli na última data FIFA; o atacante também do Arsenal se recuperou antes dos jogos do Brasil e poderia ter atuado. Jesus deve seguir a recuperação em conjunto com a seleção após uma aproximação com o clube inglês.
Sobre Neymar, Diniz afirmou que ficar sem ele é um prejuízo para o futebol como um todo, nomeando o jogador como "gênio". Rodrygo é um possível substituto, mas o técnico não confirmou. Sem se sentir pressionado de enfrentar uma Argentina de Messi, o treinador deixou explícito que quer acelerar o processo nesse time do Brasil em busca de progresso, mas ainda sem pensar só em resultados. "O resultado não pode ser a única coisa da vida", mas o tempo dele na seleção é curto para mostrar que o seu jeito de pensar combina com a amarelinha.