São Paulo é melhor por mérito de Dorival no início da decisão da Copa do Brasil
Com maturidade, tricolor neutralizou as tentativas do Flamengo e teve facilidade para colocar Calleri na área para finalizar de cabeça.
O São Paulo entrou com estratégia para a final. Dorival Júnior conhece muito bem o adversário, assim como Rafinha. Ambos pegaram momentos de glória no Flamengo. A dupla soube diminuir a pressão da poderosa equipe carioca, que deu espaço no seu lado esquerdo para o tricolor atuar. Caio Paulista e Nestor fizeram bons cruzamentos e inversões, muito bem-posicionados pelo treinador que identificou a pouca pressão do Gabriel Barbosa na marcação. O São Paulo teve liberdade para ditar a partida no primeiro tempo e isso foi fundamental. O Dorival percebeu que a bola alta iria funcionar e, assim, aconteceram as melhores chances até que Jonathan Calleri precisou de uma bola para converter. E ele foi impecável.
O argentino marcou o 12º gol na temporada, o 9º gol em mata-mata pelo clube paulista, o 60º gol com a camisa tricolor, o 25º gol de cabeça e com certeza o mais importante no São Paulo até hoje. Destaque também para o cruzamento do Nestor, meia que evoluiu nesta edição e deu a sua 6ª assistência na temporada. Reforço, o Rafinha leu muito bem o Flamengo, deu o equilíbrio defensivo necessário e Dorival achou os pontos fracos da equipe adversária com a ajuda das arrancadas de Lucas Moura e Alisson dominando o meio-campo - intensidade que gerou câimbras aos dois no segundo tempo. O time paulista entregou tudo que tinha nos primeiros 45 minutos e segurou bem no restante da partida.
Sampaoli deixou a área técnica antes do final do primeiro tempo e precisou ter calma para fazer a mexida necessária na equipe rubro-negra: a entrada de Everton Ribeiro. O meia chegou para organizar a distribuição de bola e fez o Flamengo ficar mais ofensivo. O ataque flamenguista já tinha conseguido achar espaço entre Arboleda e Rafinha e seguiu assim, mesmo com a boa marcação do lateral e com Arboleda vencendo as bolas longas. Cebolinha também entrou para tentar fazer a conexão com Bruno Henrique, que sem a bola não conseguiu jogar como o de costume.
Vence a visão de Dorival, o troco veio com uma postura elegante. Apesar das conquistas da Libertadores e da Copa do Brasil no Flamengo, o técnico saiu abalado do clube carioca já que, no ano passado, conversavam sobre a renovação enquanto já negociavam com Vitor Pereira que assumiu e não foi bem. Dorival é um técnico inteligente que utiliza as possibilidades que tem sem fazer birra. E possui um currículo forte: o treinador venceu 17 dos últimos 18 mata-matas que disputou, incluindo o atual trabalho no São Paulo.
A passionalidade de Sampaoli pode atrapalhar o argentino, como já aconteceu antes com problemas no vestiário. Com o cargo por um fio, terá que mostrar muito equilíbrio ao jogar fora de casa e ainda mais atrás no placar. Será um grande desafio para o Flamengo, que se converter fará algo histórico diante da má fase com a torcida. Já o São Paulo continua vivo na disputa, sonhando com um título inédito e importante depois de tanto tempo sem conquistas.