Sem grandes defesas, Corinthians e Fortaleza perdem o protagonismo para o VAR
Arbitragem se confunde e VAR corrige. Partida de poucas emoções mantém decisão aberta para próxima terça-feira na Sul-Americana.
O primeiro jogo da semifinal entre Corinthians e Fortaleza na Copa Sul-Americana não ganhou um favorito; com a bola rolando ainda não deu pra ver quem está à frente na disputa para levar a vaga da final. Com o estádio em Itaquera lotado e a melhora no desempenho do timão, os donos da casa não usaram isso a favor e viram o Leão do Pici dificultar. A torcida do Corinthians soube fazer uma bela festa - o apoio foi na chegada do ônibus até o mosaic nas arquibancadas. Era o cenário era perfeito para a guinada da equipe alvinegra, que ainda tenta evoluir no comando de Vanderlei Luxemburgo.
Mas a espera para encaixar o coletivo corintiano possibilitou que o Fortaleza tomasse frente, começou melhor investindo na troca de passes e na criação. Só depois de 11 minutos que Giuliano conseguiu o primeiro chute para o Corinthians. E aos 22, o leão aproveitou a chance de um escanteio cobrado por Marinho que encontrou José Welison para cabecear. Dos 59 gols sofridos pelo time paulista no ano, 7 começaram por escanteios e 13 desses sofridos foram pelo alto, de cabeça; 7 apenas na era Luxemburgo. Uma fragilidade já detectada pelos adversários.
A estratégia do Fortaleza foi ofuscada pela confusão do árbitro, alertado pelo VAR. Na revisão, o gol foi confirmado - não teve falta em Fábio Santos, um delírio do árbitro Esteban Ostojich que voltou atrás. O empate veio da visão de Fagner e da dependência que o Corinthians tem por Renato Augusto, o lindo passe do meia deu condição para Yuri Alberto finalizar bem. O camisa 9 do timão fez o seu gol de número 12 em 2023, superando a marca de 11 gols da temporada passada, ainda com aquela sensação de quando essa contagem irá disparar. Para compararmos, o camisa 9 do tricolor do Pici é o argentino Juan Martín Lucero, atacante que nesse ano já marcou 20 gols - 4 nos últimos seis jogos, sendo o titular absoluto de Vojvoda que fez gol em todas as competições disputadas.
No primeiro tempo, o Fortaleza desarmou mais enquanto o Corinthians ficou com a maior posse de bola (60%) e teve mais passes certos (87%). Só que assim como no último jogo do Corinthians na Neo Química Arena, aquele fatídico 4 a 4 contra o grêmio com o pênalti não marcado pela bola no braço do Yuri Alberto, mais um lance deixou dúvidas. Bruno Pacheco cai na área em disputa com o Gil, pede pênalti e nada foi marcado.
A última etapa foi marcada por erros e falta de intensidade. Marinho machucado deu lugar à Yago Pikachu que pouco produziu e parou no Cássio. A decisão do técnico Luxemburgo de tirar um dos melhores do primeiro tempo, Wesley, também vale ser questionada. O atacante estava mais eficiente com jogadas individuais e foi trocado por Ángel Romero, sem grandes surpresas. Com dificuldade de criação, o Corinthians saiu vaiado pela torcida e não passa tanta confiança para o jogo de volta.