Arthur Elias se despede do Corinthians da melhor maneira possível, ou seja, com o quarto título da Libertadores Feminina
Técnico fecha ciclo com a 16ª taça como treinador das ‘Brabas’ do Timão; agora, o pensamento é seleção pós-era Pia
O Corinthians de Arthur Elias será lembrado como o grande time da América do Sul do futebol feminino por décadas. É impressionante o que essa equipe conquistou. O troféu da Libertadores Feminina veio para as chamadas ‘BRABAS’ em 2017, 2019, 2021 e, agora, no final de 2023 ao vencer o maior rival, o Palmeiras, por 1 a 0, gol de Millene. O Coringão tem cinco títulos brasileiros e duas Supercopas do Brasil no futebol feminino por exemplo.
Luana, Gabi Portilho, a própria Millene, Tamires e a lateral-esquerda, às vezes zagueira, Yasmim (esquecida por Pia Sundhage, que não a convocou para a Copa do Mundo desse ano) brilharam nesse torneio sul-americano, que, infelizmente, teve péssima organização e arbitragem pavorosa.
Mesmo com uma certa desordem da modalidade no Brasil e na América do Sul, o treinador Arthur Elias, de 42 anos, alcançou algo de espantoso porque conseguiu deixar o time produtivo, por OITO anos, jogando com quatro na defesa e com meio-campo (de três ou quatro) muito ofensivo ou com três zagueiras e se segurando para não tomar gols. Arthur tem total domínio do elenco. A equipe jogava de forma excepcional em vários esquemas táticos. No sábado, Duda Sampaio ficou no banco, entrando na etapa final, a equipe jogou boa parte do segundo tempo com uma atleta a menos, pois Tarciane levou o cartão vermelho, e o Corinthians mostrou muita competência se defendendo.
Corinthians e Palmeiras foram impressionantes na Libertadores Feminina. As ‘Brabas’ foram campeãs com uma característica diferente. Em outros torneios, o Corinthians teve o melhor ataque. Dessa vez, a defesa conseguiu ser a menos vazada, sofrendo apenas um gol. Letícia, a goleira, brilhou na final. Lelê, como é conhecida a também camisa 1 da seleção, parou o ataque palmeirense.
Aliás, o Palmeiras teve o melhor ataque. Não fez gol na decisão, mas foi a única partida com resultado negativo. Logo essa. Marcou 24 gols em seis jogos. As palestrinas conquistaram a Libertadores no ano passado e estavam 100% na competição desde então. O Palmeiras teve seis vitórias em 2022 e triunfou em cinco partidas nessa temporada.
Mesmo com o vice-campeonato, a camisa 10 palestrina, Bia Zaneratto, foi o destaque da Libertadores, com seis gols e sete assistências. O jeito, agora, é torcer para Arthur Elias colocá-la como peça chave da nova seleção brasileira.
Abraços boleiros e igualitários.