Com investimento forte em infraestrutura e repasses a confederações, COB visa grandes resultados em Paris 2024
O Comitê Olímpico Brasileiro vem investindo forte neste ciclo olímpico visando grandes resultados em Paris 2024. A pouco mais de sete meses para o evento, a entidade trabalha nas mais diversas frentes para colher os frutos em forma de medalhas, desde o oferecimento de uma infraestrutura de primeira linha para seus atletas até os repasses às várias confederações responsáveis pelas suas respectivas modalidades.
Após quebrar o recorde de medalhas conquistas nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, neste ano, com 66 ouros, 73 praatas e 66 bronzes (205 no total), o COB espera também ter seu melhor desempenho da história dos Jogos Olímpicos em Paris 2024.
Infraestrutura
O Centro de Treinamento do Time Brasil, por exemplo, passou por algumas reformulações recentes e hoje conta com uma infraestrutura alinhada à das grandes potências esportivas do mundo. Localizado dentro do Parque Olímpico, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o complexo recebe atletas de diversas modalidades para avaliações laboratoriais, acompanhamento médico, tratamento fisioterápico e preparação física.
O ambiente, inclusive, passou por reformas recentes justamente para otimizar todo o processo necessário para o desenvolvimento ou recuperação de um atleta, integrando as áreas médica, de fisioterapia, treinamento funcional, musculação, além do espaço de esportes de combate, que oferece a possibilidade de troca de piso de acordo com a modalidade que irá usá-lo.
O ginásio destinado à ginástica artística é outro exemplo do investimento feito pelo COB em busca de melhores resultados. O espaço conta com os equipamentos mais modernos do mercado, propiciando aos atletas treinarem com os mesmos aparelhos utilizados nas principais competições do planeta.
"Hoje temos todas as marcas necessárias para o nosso treinamento. A gente está com o set da Spieth aqui, nas Olimpíadas vai ser Gymnova. Parece que não faz diferença, mas faz muita diferença. Temos esses aparelhos também e outros sets. Imagina treinar no aparelho que vai ser da Olimpíada? O elemento não começa a ser feito aqui, começa na espuma, com nosso treinador. Se vocês verem quantas fotos temos aqui hoje, é porque chegamos nesse nível de ter profissionais específicos para cada modalidade. Treinamos todos os dias, mas recebemos inúmeros atletas de diferentes categorias. Todo esse trabalho é pensado em 2024, 2028, 2032", comentou a ginasta Jade Barbosa, campeã panamericana no salto.
Ao contrário da ginástica artística, nem todas as modalidades concentram sua preparação no Centro de Treinamento do Time Brasil. Por isso, o COB também faz um acompanhamento minucioso sobre o desenvolvimento das modalidades olímpicas coordenado pelas confederações, que recebem os repasses da entidade para fomentar o esporte e a preparação de seus atletas.
Repasses
Sem dinheiro dificilmente é possível chegar ao topo. Por isso, o Comitê Olímpico Brasileiro também destina parte de suas receitas às 34 confederações, buscando atender 45 modalidades, por meio de diversos programas.
Através de critérios que avaliam a gestão de cada confederação, considerando ética, transparência, entre outros valores, além dos resultados esportivos recentes apresentados, o COB ranqueia essas entidades e, quanto mais bem ranqueada, mais recursos ela receberá para desenvolver sua modalidade e seus atletas.
Em 2024, por exemplo, a Confederação de Ginástica Artística e a Confederação Brasileira de Vôlei serão as duas entidades que mais receberão recursos do Comitê Olímpico Brasileiro.
Além desse recurso repassado pelo COB, há também uma verba extra destinada às confederações através do Programa de Preparação Olímpica, cujo objetivo também é potencializar as chances de medalhas do Brasil nas Olimpíadas.
Esse recurso é complementar ao recurso ordinário, aplicado de forma direta pelo COB ou repassado às confederações, mas com foco exclusivo nos Jogos Olímpicos. O alvo desse dinheiro são justamente as modalidades já classificadas para as Olimpíadas ou que estão em busca da classificação.
O Programa de Preparação Olímpica engloba treinador, auxílio moradia, auxílio financeiro, centro de treinamento, treinamentos e competições internacionais, equipe multidisciplinar e fornecimento de materiais esportivos. Há atletas e modalidades que necessitam do "pacote completo", outros que precisam de apenas alguns desses benefícios.
Ana Marcela Cunha é uma das atletas que fazem parte do Programa de Preparação Olímpica. A medalhista de ouro na maratona aquático de Tóquio 2020 recentemente trocou de treinador e vem contando com todo o suporte do COB para se manter na primeira prateleira de sua modalidade.
A canoagem é outro exemplo. O multimedalhista olímpico Isaquias Queiroz se mudou de Lagoa Santa, onde está localizado o centro de treinamento da modalidade, em Minas Gerais, e passou a residir em Ilhéus, na Bahia. Por isso, graças ao financiamento do COB, foi montada uma estrutura de treinos no município baiano para atender a todas as necessidades do atleta.
Mas, não são todos que recebem esses recursos do COB. A entidade categoriza os atletas em níveis de um a cinco. Cada nível tem um tipo de serviço a ser oferecido dentro do Programa de Preparação Olímpica.
Restando poucos meses para o início de Paris 2024, o COB tem priorizado repassar recurso aos atletas de níveis um e dois, ou seja, à elite dos esportes do País. O atleta que se enquadra no nível um é aquele que possui grandes chances de conquistar uma medalha. Já os atletas que do nível dois são aqueles que ainda não são medalhistas olímpicos, mas que despontam como fortes candidatos a, enfim, subirem no pódio.
Saber se o Brasil conseguirá quebrar, em 2024, seu recorde de medalhas conquistadas nas Olimpíadas é impossível. Mas, é fato que o COB, que mais que dobrou seu faturamento em 2023 com novos patrocinadores, vem investindo alto para, aos poucos, tornar o País em uma verdadeira potência olímpica.