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Análise: Vítor Pereira fez bem ao Corinthians, mas derrota para o Galo provou que é hora de virar a página

Treinador português poderia ter contribuído um pouco mais com o Timão no aspecto tático

14 nov 2022 - 09h21
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Antes de mais nada, eu quero deixar claro que eu sempre defendi a permanência do técnico Vítor Pereira no Corinthians. Mas isso não significa que eu não veja defeitos da equipe nas mãos do agora ex-treinador do clube. E a derrota corintiana para o Atlético-MG, na última rodada do Brasileirão mostrou alguns pontos que reforçam que o elenco precisa virar a página e pensar em evoluir no ano que vem.

Suspenso, VP não esteve no banco no último jogo da sua 'era' pelo Timão (Foto: Rodrigo Coca / Ag.Corinthians)
Suspenso, VP não esteve no banco no último jogo da sua 'era' pelo Timão (Foto: Rodrigo Coca / Ag.Corinthians)
Foto: Lance!

Contra o Galo, o Timão entrou em campo com três volantes, Fausto Vera, Du Queiroz e Maycon, além de Ramiro, que joga aberto pelos lados, mas não tem característica de atacar os espaços, mas, sim, compor o meio-campo. Ali, poderia haver uma ideia tática diferente do que a comissão técnica fez durante todo o ano, presa no mesmo 4-1-4-1, preenchendo o meio-campo e fazendo Róger Guedes flutuar entre as pontas, atuando por trás do centroavante Yuri Alberto. Mas o que se viu foi a manutenção do mesmo esquema e com atletas com menos capacidade de executá-los com qualidade. Resultado da etapa inicial? Uma equipe que até teve mais a bola em alguns instantes, mas tinha pouquíssimo poder de criação.

As poucas chegadas foram em bolas alçadas na área adversária e o grande momento de perigo corintiano no primeiro tempo foi em uma rara criação pelo meio-campo, com Du Queiroz encontrando Yuri Alberto em boa condição para dominar, invadir a área e finalizar, parando em uma boa defesa de Éverson.

No intervalo, Renato Augusto entrou e a ideia inicial de todos era que um volante seria sacado, para dar mais qualidade de armação ao 4-1-4-1. Foi quando o auxiliar Filipe Almeida, que dirigia o time na ausência do suspenso Vítor Pereira, ousou, tirando Ramiro. Com isso, existia a expectativa de, finalmente, uma mudança de sistema. Uma espécie de 4-4-2 em losango, o 4-1-2-1-2, com o perdão do 'neologismo tático'. Fausto Vera faria a saída de bola, com Du Queiroz compondo o meio-campo pelo lado direito e Maycon a esquerda, Renato faria a armação, Róger flutuaria entre as pontas, jogando por trás de Yuri Alberto. Na prática, o 4-1-4-1 se manteve, com Du Queiroz passando a fazer a função que era exercida por Ramiro no primeiro tempo, de atuar aberto pelo lado direito.

Após o fim da partida, 'the last dance'. O presidente Duílio Monteiro Alves comunicou a saída do técnico Vítor Pereira. Nem houve entrevista coletiva de Filipe Almeida. O jogo já era segundo plano. VP se despediu do elenco no vestiário, e os atletas já deixaram a Neo Química Arena para iniciar as suas férias.

Mas se houvesse a chance de questionar sobre as decisões táticas do jogo, certamente a resposta seria a falta de tempo de preparação, calendário e algo nessa linha. O que é fato, a insanidade do futebol brasileiro foi uma das maiores, se não a maior, inimiga de Vítor Pereira no Corinthians. No entanto, não dá para ficar só nessa justificativa. Há outras formas de fazer o jogador entender o papel tático, com vídeos, conversas, sem expor ao campo no dia a dia e comprometer a parte física. Está aí um dos papéis do treinador, também ser um educador dos atletas na parte tática. E, nesse caso, VP e a sua comissão pecaram. E, na boa, eles sabem disso. O próprio treinador sabe que poderia ter desenvolvido muito mais no Timão, mas não teve tempo.

Lance!
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