Arena Corinthians: operador avisou que terreno cederia, diz irmão
O operador do guindaste envolvido no acidente ocorrido na Arena Corinthians na última quarta-feira, que deixou duas vítimas fatais, avisou os responsáveis pela obra sobre o risco de o terreno não suportar o peso da máquina e ceder. Quem afirma é o irmão do operador, Fábio Joaquim, que declarou em entrevista à Rádio Bandeirantes que os engenheiros não escutaram o alerta de José Walter Joaquim e falharam na segurança.
Segundo Fábio, que também trabalha como operador de guindaste há 13 anos, as placas de metal que deveriam ser colocadas embaixo da máquina para garantir a estabilidade do terreno não foram postas em todos os locais apropriados. "Disseram que iam colocar (as placas) só nos lugares de pegar a peça (do chão) e de colocar no lugar, mas você tem que andar com a máquina. Foi nesse deslocamento (entre as placas) que aconteceu", disse.
"O problema foi do terreno, que afundou com a máquina. Ele (José Walter) já tinha falado para os caras que o terreno não ia aguentar, mas os engenheiros falaram que já tinha sido feito, que poderia fazer sem problema nenhum. Tem um monte de gente lá que é gente grande, eles não aceitam o que a gente fala. Ninguém escuta a gente", reclamou Fábio.
O acidente aconteceu quando o guindaste que içava o 38º e último módulo da cobertura da Arena Corinthians tombou, derrubando a peça sobre uma área de circulação no setor leste do estádio. Nesta quarta-feira, o operador José Walter Joaquim presta depoimento em delegacia de São Paulo. A área em que aconteceu o acidente segue interditada, o que corresponde a 5% do total da obra.