Corintianos penam para chegar a tempo na Arena. Tem solução?
Não é novidade: em quase todos os jogos do Corinthians no meio de semana em Itaquera, a partida começa com parte do estádio vazio e a arena só enche com o duelo em andamento. A situação é terrível principalmente em jogos que se iniciam às 19h30 (de Brasília), mas também deixa rastros em partidas que ocorrem às 22h, como na última quinta-feira, contra o San Lorenzo.
Contra os argentinos, o maior transtorno, além do já tradicional trânsito, foi um caos no metrô com problema na Linha Vermelha que atrapalhou todas as estações da capital. O recorde de público no estádio só foi visto com o jogo em andamento, visto que no início ainda era visível algumas pessoas entrando correndo no estádio e alguns pontos de lugares vazios.
#metrosp #L3 opera c/velocidade reduzida e + tempo de parada devido à falha em trem na estação Brás. #L1 e #L2 também operam com restrições
— Metrô de São Paulo (@metrosp_oficial) April 16, 2015@sardinhaexpress 40 minutos na fila só pra embarcar, estação República sem condições. pic.twitter.com/N7EbPWgfsk
— Tricolouca ❤️ (@_itspalloma) April 16, 2015@metrosp_oficial só metro que esta com problema? Ir para a arena corinthians qual a melhor solução ?
— Regis Costa (@regcosta) April 16, 2015Falha em trem na Linha 3-Vermelha do Metrô de SP, prejudica a circulação em três linhas do sistema de transporte. pic.twitter.com/gE4KSIuray
— Sardinha express (@sardinhaexpress) April 16, 2015Corrigindo estações da #L1 #azul informam que por falha em trem na #L3 #Vermelha que a evitem e quem vai para ZL utilizar a #CPTM
— Cristiane Lewer (@Crislewer) April 16, 2015Por fin, llego a casa... Vaya viajecito de vuelta, pero nada comparable al de ida Arena Corinthians!! Os contaba antes lo del metro parado
— Nacho Velasco (@Chitinho1983) April 17, 2015Linha Vermelha do Metrô está zuada. Nesse momento houve problemas no Brás. Quem vier pra Arena Corinthians, paciência.
— ENDD FUGG HARA (@EndFugHara) April 16, 2015Um dos casos mais marcantes do problema para os corintianos ocorreu no jogo contra o Penapolense, pela primeira fase do Campeonato Paulista. Na partida marcada para as 19h30, o time alvinegro abriu 4 a 0 na primeira etapa. Acredite se quiser, teve torcedor que não viu nenhum dos quatro gols, pois ainda não tinha conseguido entrar no estádio – o duelo terminou 5 a 3 para os mandantes.
O trânsito é um dos transtornos enfrentados por corintianos. A capital paulista, famosa por seus congestionamentos em dias de semana, impede muitos torcedores de chegarem a tempo. Para se ter uma ideia, a reportagem do Terra saiu da zona sul às 18h30 na última quinta rumo ao duelo contra os argentinos e chegou ao estádio apenas duas horas e 15 minutos mais tarde, devido ao horário de rush da cidade, que não sofria de nenhum acontecimento anormal. Depois das 22h, alguns carros remanescentes faziam fila para entrar no estacionamento alvinegro, já com a bola rolando.
Para fugir disso, o Corinthians solicita que os torcedores dirijam-se ao estádio de metrô. Mas o que acontece se o metrô enfrenta problemas? A situação não é rara em São Paulo, muito pelo contrário: você, paulistano, já deve ter presenciado uma famosa parada longa demais para ser normal em alguma estação.
Nesta quinta, um problema na Linha 3 – Vermelha, principal veia rumo ao estádio, prejudicou a chegada de corintianos no início da noite. O Metrô de São Paulo informou que a circulação de trens foi atrapalhada por um problema ocorrido às 17h20. Uma composição, que estava na estação Brás e seguiria no sentido Corinthians-Itaquera, teve um dos engates (barra metálica que une dois vagões) rompido.
Sem condições de se movimentar com tração própria, este trem precisou ser rebocado da estação Brás até uma área de estacionamento ao lado da estação Belém. Durante a ocorrência, as estações tiveram contenção de fluxo de entrada de usuários nas linhas de bloqueios, e os trens das linhas 1- Azul, 2- Verde e 3- Vermelha circularam com velocidade reduzida e maior tempo de parada.
Tudo só foi normalizado às 19h45, mas o transtorno na hora do rush somado ao jogo causou um caos com lotações em todas as outras linhas. Na transição entre a Linha Verde e Amarela, na Consolação, por exemplo, houve relatos de corintianos se empurrando e xingando devido ao problema.
Nos jogos às 22h, também não é raro ver o estádio começar a se esvaziar com 15 minutos para o fim do jogo. É o medo dos torcedores de não conseguirem pegar o metrô e as respectivas baldeações para casa. O Corinthians já conseguiu estender o horário de funcionamento do transporte público até 00h30 em partidas no horário, mas não é o bastante para muitos.
Apesar disto, o Metrô informou que não vê necessidade de aumentar a oferta de trens em dias de jogos do Corinthians em Itaquera. A operação especial se restringe a aumentar o horário de funcionamento até 00h30 nas partidas que começam às 22h. A companhia, de acordo com a sua assessoria de imprensa, já costuma atuar com frota máxima em todos os dias nos horário de pico (das 17h às 20h) e "dá conta do trabalho com tranquilidade", mesmo com os chamados usuários eventuais. O Metrô disse ainda que não houve nenhuma anormalidade no retorno dos corintianos nesta quinta-feira e contou que os problemas na ida foram provocados pela ocorrência na estação Brás.
Há solução para o problema de transporte em Itaquera? Talvez os jogos às 19h30 pudessem ser agendados para as 20h30, o que permitiria mais espaço de tempo para o corintiano chegar ao estádio. O Metrô, por sua vez, poderia reativar o ótimo “Expresso Copa”, que funcionou apenas no Mundial e contava com composições diretas para o estádio. Por que vale para os gringos e não para os brasileiros?
De qualquer forma, os corintianos parecem não se importar com os desafios. Apesar da dificuldade, o trabalho vale para acompanhar uma partida no luxuoso e moderno estádio. O Corinthians tem a maior média de público do Brasil em 2015 e costuma colocar pelo menos mais de 30 mil pessoas em sua casa - contra o San Lorenzo, houve recorde com mais de 40 mil pessoas. Nem a caótica e distante São Paulo segura.
Colaborou: Bruno Landi
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