Corinthians é punido no Pleno do STJD e vai jogar uma partida com portões fechados
Torcedores entoaram cantos homofóbicos no clássico contra o São Paulo
O Corinthians foi punido no Pleno do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), nesta quinta-feira, com um jogo de portões fechados devido aos cantos homofóbicos entoados por torcedores no clássico contra o São Paulo, na Neo Química Arena, no dia 14 de maio.
A punição já havia sido determinada na 3ª Comissão Disciplinar, mas o clube conseguiu efeito suspensivo. O Corinthians jogaria a partida contra o Red Bull Bragantino sem público inicialmente, mas o confronto recebeu cerca de 42 mil corintianos em Itaquera, no último domingo.
Oito dos nove auditores votaram pela punição do Corinthians, que será cumprida contra o Vasco, no dia 29 de julho, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Essa é a primeira sentença deste tipo desde que o novo Regulamento Geral das Competições da CBF foi implementado. Neste ano, as punições para casos de racismo e preconceito se tornaram mais severas.
O Corinthians foi enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata sobre "praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".
Relator do caso, o auditor Maurício Neves Fonseca votou pela punição inédita. Ao justificar o seu voto, ele alegou que o Corinthians já havia sido punido com multa no ano passado por cantos semelhantes no clássico do ano passado pelo Brasileiro. No Majestoso em questão, as equipes empataram em 1 a 1, no dia 22 de maio.
"Os cantos são evidentemente de extrema gravidade. Não resta dúvida que são preconceituosos. A provocação discriminatória tem que acabar no futebol. A sociedade mudou", disse o auditor.
"No ano passado, cantaram a mesma coisa. Naquela vez, o árbitro também parou a partida. O caso veio ao STJD, que puniu com pena de multa. Neste ano, fizeram a mesma coisa. Por isso, sou favorável à perda de mando de campo", completou Maurício Neves Fonseca ao justificar o seu voto.