Cássio pega pênaltis e Corinthians é bi na casa do Palmeiras
A torcida do Corinthians tinha razão em acreditar. Neste domingo, dois dias após receber 37.000 pessoas em um treinamento aberto em Itaquera, o time de Fábio Carille enfrentou um Allianz Parque tomado apenas por torcedores do Palmeiras. Venceu por 1 a 0, com gol marcado por Rodriguinho no primeiro minuto, e levou a decisão para os pênaltis. Da marca da cal, Dudu e Lucas Lima (Fagner Também ) erraram as suas cobranças, definindo o triunfo visitante por 4 a 3 e a conquista do 29º título do Campeonato Paulista.
O clássico foi marcado por polêmicas. Após Rodriguinho aproveitar uma boa jogada de Mateus Vital pelo lado esquerdo do campo para abrir o placar, o Palmeiras se lançou ao ataque em busca do gol que lhe daria o título. Chegou a ter um pênalti assinalado a seu favor pelo árbitro Marcelo Aparecido, que voltou atrás na decisão, e teve que lidar com a disputa da marca da cal.
O Corinthians iniciará a defesa de outro título obtido em 2017 no dia 15 de abril, quando receberá o Fluminense em Itaquera, pelo Campeonato Brasileiro. Por sua vez, o Palmeiras precisará se reabilitar rapidamente, já que jogará contra o argentino Boca Juniors logo na noite de quarta-feira, de novo no Allianz Parque, pela Copa Libertadores da América.
Na entrevista coletiva de sexta-feira, a última antes da final, Roger Machado fez todo o possível para esconder sua estratégia para o clássico. E o questionamento se o Palmeiras iria se defender ou atacar pergunta ficará mesmo sem resposta, já que o Verdão nem teve tempo de se estabelecer em campo antes de o placar ser aberto.
No primeiro minuto, Marcos Rocha deixou a marcação de Mateus Vital para Antônio Carlos. O corintiano passou fácil pelo zagueiro, foi à linha de fundo e tocou para Rodriguinho inaugurar o marcador. Pouco depois, o Palmeiras empatou com Willian, mas o tento foi corretamente anulado.
O gol visitante
O Palmeiras passou a aplicar sua marcação pressão, mas o Corinthians conseguia o desafogo pelo lado esquerdo com Mateus Vital e Rodriguinho. Na mesma faixa do campo, Dudu era o jogador mais agudo do Palestra. O camisa 7 chamou a responsabilidade para receber as bolas e todas passaram por seu pé para armar o time, mas não o capitão não criou jogadas de perigo.
O problema na defesa palestrina nem precisou de orientações de Roger Machado para ser resolvido, já que Fabio Carille colocou Romero pelo lado esquerdo para tentar conter os avanços de Dudu, o que causou o deslocamento de Rodriguinho e Vital.
O Corinthians terminou a etapa inicial mostrando o futebol que o consagrou nas últimas temporadas, enquanto os mandantes não conseguiram apresentar a qualidade que os credenciou a chegar à final. Foram 69% de posse de bola para o Palmeiras e oito finalizações, mas poucas com perigo, contra apenas duas rivais, sendo um gol.
Ao final do primeiro tempo, ficou clara a falta que Felipe Melo faz ao Palmeiras. Mesmo com Moisés, seu substituto, bem na partida, o time alviverde perdeu a saída de três do campo defensivo e não conseguiu inverter uma bola perigosa durante os primeiros 45 minutos.
Polêmica no segundo tempo
O Palmeiras voltou do intervalo com Keno na vaga de Willian. A mudança, além de explorar a jogada individual do camisa 11, visava abrir a defesa corintiana posicionando o atacante na extremidade esquerda, o que poderia permitir infiltrações pelo dos zagueiros rivais.
Keno passou a levar perigo com seus dribles, a posse de bola do Palmeiras só aumentou e o Corinthians apostava cada vez mais em uma postura defensiva para tentar explorar contra-ataques.
Aos 26, a torcida alviverde finalmente pôde comemorar, mas por apenas oito minutos. Dudu tabelou com Lucas Lima e caiu na área, o árbitro anotou pênalti de Ralf e confusão se instaurou no gramado.
À princípio, por mais que os corintianos argumentassem que o volante havia tocado apenas a bola, Marcelo Aparecido se mostrava convicto em sua marcação. A pressão alvinegra, porém, foi forte e após uma conversa com um auxiliar que estava fora do gramado, o árbitro voltou atrás na penalidade.
Os presentes, que bateram recorde de público da história do Allianz Parque gritaram em coro: "Tem um palhaço querendo aparecer e vai morrer", seguido de "Se o Palmeiras não ganhar olêolêolá, o pau vai quebrar" e "Vergonha". Oito minutos depois, a partida recomeçou, mas sem emoção e apenas para seguir às penalidades.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 0 (3) X (4) 1 CORINTHIANS
Local: Estádio Allianz Parque, em São Paulo (SP)
Data: 8 de abril de 2018, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza (SP)
Assistentes: Anderson José de Moraes Coelho (SP) e Daniel Paulo Ziolli (SP)
Público: 41.227 pagantes
Renda: R$ 4.001.277,68
Cartões amarelos: Dudu e Moisés (Palmeiras); Cássio, Romero, Fagner, Balbuena e Rodriguinho (Corinthians)
Gol: CORINTHIANS: Rodriguinho, a 1 minuto do primeiro tempo
PALMEIRAS: Jailson; Marcos Rocha, Antônio Carlos, Thiago Martins e Victor Luis; Bruno Henrique (Thiago Santos), Moisés e Lucas Lima; Dudu, Borja (Deyverson) e Willian (Keno)
Técnico: Roger Machado
CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Henrique e Sidcley; Ralf, Maycon, Romero, Jadson (Emerson Sheik), Rodriguinho (Danilo) e Mateus Vital (Lucca)
Técnico: Fábio Carille