Moraes brincou sobre perda de feriado antes de audiência com Cid: ‘Só não foi pior porque o Corinthians ganhou’
Na ocasião, Timão venceu o Cruzeiro por 2 a 1
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma reclamação bastante inusitada durante audiência com o tenente-coronel Mauro Cid. Em momento de descontração com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o magistrado brincou que o feriado que antecedeu a reunião só não foi pior graças ao Corinthians.
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No Dia da Consciência Negra de 2024, o Timão venceu o Cruzeiro por 2 a 1, na Neo Química Arena, e deu um salto na tabela do Brasileirão. Ao ultrapassar Vasco e Atlético-MG, o time de Ramón Díaz chegou à nona colocação do nacional.
“Esse negócio, Paulo, de audiência, matou meu feriado ontem preparando essas perguntas, vou falar, viu? Só não foi pior porque o Corinthians ganhou do Cruzeiro e, agora, nós já estamos no G-8”, disse o ministro ao comentar a vitória do seu time no Brasileirão.
No dia seguinte ao jogo, Alexandre de Moraes participou de audiência com Paulo Gonet e Mauro Cid para analisar a validade do acordo de delação, que foi mantida.
A ata da audiência foi divulgada após Moraes retirar o sigilo da delação na quarta-feira, 19. A decisão ocorreu após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar ao STF Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro Braga Netto e mais 32 pessoas por participação em uma trama golpista para manter o ex-presidente no poder após ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
Essa não é a primeira vez que o ministro do STF externa sua relação com o Corinthians. Também em novembro do ano passado, por exemplo, Moraes doou um valor não divulgado para a vaquinha de quitação da dívida da Neo Química Arena.
Entenda a denúncia da PGR
Bolsonaro foi denunciado pelos crimes de liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Além do ex-presidente, a PGR também denunciou nesta terça-feira, 18, o ex-ministro general Braga Netto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros 31 pelos crimes de:
- Golpe de Estado;
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Organização Criminosa.
O objetivo, segundo o relatório, era estabelecer uma "falsa realidade de fraude eleitoral" para que sua derrota não fosse interpretada como um acaso e servir de "fundamento para os atos que se sucederam após a derrota do então candidato Jair Bolsonaro no pleito de 2022".
A investigação aponta ainda que a o ex-presidente tinha conhecimento de um plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Em nota, a defesa de Bolsonaro afirma que o ex-presidente "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam". Também alegou ter recebido com "estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República"