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No Corinthians, irmão de M. Fernandes repete sumiços e gera polêmica
- Dassler Marques
Foi em 2009 que o zagueiro gremista Mário Fernandes assustou o Brasil com um sumiço de cinco dias, depois justificado como depressão. Seu irmão, o centroavante Jô, 19 anos, também causa problemas semelhantes ao Corinthians. Reintegrado na última quarta-feira, é criticado no clube depois de ter tido vários atritos com membros do departamento amador e, mais recentemente, com o médico Joaquim Grava.
De acordo com Afonso Harmonia, diretor responsável pela base do Corinthians, "Jô e Mário têm muitas semelhanças. São atitudes iguais. Ele é assim, cisma e 'não vou, vou embora, fico em casa'. Aí fica sete ou oito dias e depois volta acima do peso", explica Afonso. Em visita ao Terra nesta segunda-feira, Grava explicou o atrito com o atacante, ocorrido às vésperas do confronto com o Tolima pela fase preliminar da Copa Libertadores.
"O time profissional precisava de um centroavante, mas ele tinha uma dor no joelho. Clinicamente, era uma tendinite. Chamei ele: 'é sua chance, tem de pegar agora e mostrar futebol. Falei para pedirmos uma ressonância e, se não tivesse nada, iria para o campo. Só que ele já era useiro e veseiro em faltar (aos compromissos). E faltou na ressonância. Chamei ele de novo e falei: 'campeão, aqui você não fica mais. Ou segue as normas do departamento médico do clube ou não fica aqui'", explica Grava.
De acordo com Afonso Harmonia e Grava, as pisadas de bola de Jô são frequentes. "Na Copa São Paulo, ele faltou sete dias antes de começar. Isso já começou errado e ele não devia jogar (a competição)", opina o médico que dá nome ao centro de treinamento do Corinthians. "Já marcamos psicólogo três vezes, fora do clube. Marcamos o motorista, mas ele driblou e não quis saber", explica Harmonia.
Segundo as pessoas da base do Corinthians, os problemas de falta do atacante são mais que recorrentes. "No ano passado, íamos jogar um torneio na Espanha. Ele apareceu na véspera e falou que não ia viajar. E voltou depois de 20 dias. Comigo ele nem fala mais", reclama Afonso Harmonia. "Para mim, ele falou que não foi na ressonância e que não ia. Meio dizendo assim: eu sou o Jô (estufa o peito). Nunca jogou nada", afirma Grava.
Diretor acusa: "o problema dele é muita vodka"
O comportamento extracampo do atacante também é bastante criticado. "É um moleque de 19 anos com um BMW X1. Se fosse um cara que vai treinar de ônibus...", acrescenta Grava. "Na night ele é chegado. Agora está com uma barriga maior que a sua. O problema dele é muita vodka", acusa Afonso. "Soube que ele tinha um imóvel e parece que vendeu para comprar uma Captiva (caminhonete da Chevrolet)", conta.
Em fevereiro, Tite reclamou da conduta de Jô em entrevista ao Terra. "Era a aposta, mas tem tido problemas desde a base e também em treinos conosco. Ele tem que encontrar as pessoas com ascendência sobre ele no departamento amador e rever sua conduta. Se não mudar, vai ficar difícil", contou o treinador na época.
Afonso Harmonia diz que "já foi tentado de tudo. Desde ser duro até ser amável. Tem um potencial incrível, mas o que vou fazer? Já pagamos para ele tirar o passaporte duas vezes e ele nem foi buscar. Nem o título de eleitor e nem o documento de reservista". Segundo o diretor responsável pela base do Corinthians, Jô já teve seis empresários diferentes nos últimos tempos.
Por intermédio de sua assessoria de imprensa, o atual agente do atacante, Rodrigo Sodré, respondeu que não gostaria de comentar as declarações. Segundo ele, Jô foi integrado e bem recebido. Atualmente, faz tratamento no departamento médico. Ele tem vínculo até outubro desse ano, mas Afonso Harmonia afirma que já foi assinado um pré-contrato válido por mais cinco anos. Por enquanto, não pretende liberar o jogador: "por enquanto, vamos esperar. Vamos aguardar e ver se ele melhora".
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