Sob suspeita, Amarilla estampa Código Disciplinar da Fifa
O árbitro Carlos Amarilla é considerado um exemplo pela Fifa. Sob suspeita de ter prejudicado o Corinthians contra o Boca Juniors na edição de 2013 da Copa Libertadores, o juiz paraguaio estampa a capa do Código Disciplinar da entidade, à disposição no site oficial desde 2011.
Auxiliado por Carlos Cáceres e Rodney Aquino, Amarilla apitou as oitavas de final do torneio continental de 2013, entre Corinthians e Boca Juniors. Após dois gols anulados e dois pênaltis ignorados no Pacaembu, o time argentino avançou com o empate por 1 a 1.
A recente divulgação de uma conversa telefônica entre Júlio Grondona, ex-presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), morto no ano passado, e Abel Gnecco, representante do país na arbitragem da Conmebol, colocou Carlos Amarilla sob suspeita. Grondona aponta o paraguaio como "maior reforço do Boca" e Gnecco gaba-se de ter forçado a escalação do árbitro. Questionado sobre o assunto, Amarilla, modelo para a Fifa, jurou inocência, mas foi afastado pela Associação Paraguaia de Futebol (APF) ao lado dos dois assistentes.
A divulgação da conversa telefônica entre os dirigentes argentinos ocorreu na esteira das investigações sobre corrupção no futebol. José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), é um dos homens ligados à Fifa já presos.
Edu Gaspar, gerente de futebol do Corinthians, falando em nome do clube, se colocou à disposição para "passar a limpo o que aconteceu". O técnico Tite, por sua vez, manifestou o desejo de jamais avistar o paraguaio, aprovado pela Fifa para a Copa do Mundo 2006.
Fatalmente, o Código Disciplinar da Fifa precisará ser atualizado. Na edição de 2011 do documento, disponível no site oficial da entidade, com a capa ironicamente estampada por Carlos Amarilla, logo na primeira página o suíço Joseph Blatter aparece como presidente.