Perto do adeus, Salvador já bateu 15 Copas em média de gols
Para a média da Arena Fonte Nova superar a da Copa do Mundo de 1954, nove gols precisam ser marcados em Holanda x Costa Rica
A Copa do Mundo se encerra para Salvador no próximo sábado, com o duelo entre Holanda e Costa Rica válido pelas quartas de final. Mas independentemente do que acontecer na última partida da Arena Fonte Nova, a capital baiana já entrou para a história como uma das sedes mais generosas em termos de gols marcados: foram incríveis 24 gols em cinco jogos, uma média de 4,8 por partida – que, mesmo que caia com o resultado do último duelo, já será o suficiente para superar nada menos que 15 edições de Mundiais.
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Mesmo que Holanda e Costa Rica não saiam do zero nos 120 minutos de tempo normal e prorrogação, Salvador vai encerrar a Copa com média de no mínimo 4 gols por jogo, número maior que quase todos os Mundiais da história – apenas 1934, 1938 e 1954 são superiores, enquanto 1950 empata. Atualmente , com a média de 4,8 por jogo, a sede baiana já bate incríveis 18 Copas, ficando atrás apenas do torneio de 1954 (5,38 gols por jogo).
Copa | Jogos | Gols | Média |
Uruguai 1930 | 18 | 70 | 3,88 |
Itália 1934 | 17 | 70 | 4,11 |
França 1938 | 18 | 84 | 4,66 |
Brasil 1950 | 22 | 88 | 4,00 |
Suíça 1954 | 26 | 140 | 5,38 |
Suécia 1958 | 35 | 126 | 3,60 |
Chile 1962 | 32 | 89 | 2,78 |
Inglaterra 1966 | 32 | 89 | 2,78 |
México 1970 | 32 | 95 | 2,96 |
Alemanha 1974 | 38 | 97 | 2,55 |
Argentina 1978 | 38 | 102 | 2,68 |
Espanha 1982 | 52 | 146 | 2,80 |
México 1986 | 52 | 132 | 2,53 |
Itália 1990 | 52 | 115 | 2,21 |
Estados Unidos 1994 | 52 | 141 | 2,71 |
França 1998 | 64 | 171 | 2,67 |
Japão e Coreia do Sul 2002 | 64 | 161 | 2,51 |
Alemanha 2006 | 64 | 147 | 2,59 |
África do Sul 2010 | 64 | 145 | 2,26 |
Brasil 2014 (só Salvador) | 5 | 24 | 4,80 |
A Arena Fonte Nova foi abençoada com partidas excepcionais ao longo da Copa. Viu na primeira fase o massacre da velocidade da Holanda sobre o "tiki-taka" da Espanha, por 5 a 1; o atropelamento da Alemanha sobre Portugal após a expulsão de Pepe, por 4 a 0; a eficiência da França para destruir a Suíça nos contra-ataques, por 5 a 2; e o adeus digno da já eliminada Bósnia, que fez 3 a 1 em um surpreendente Irã.
Os bons jogos seguiram nas oitavas de final com a épica vitória da Bélgica sobre os Estados Unidos na prorrogação, mas os gols já diminuíram em número: após um empate por 0 a 0 no tempo normal, os europeus venceram por 2 a 1. Mas não foi por falta de tentativas, já que os belgas martelaram a defesa americana durante quase o jogo inteiro, fazendo com que o goleiro Tim Howard fosse eleito o melhor em campo, com espetaculares 16 defesas.
Ultrapassar a Copa do Mundo da Suíça, porém, não será tarefa fácil. Na edição de 1954, a Hungria de Puskas foi a seleção que mais impulsionou a média de gols, fazendo 9 a 0 na Coreia do Sul, 8 a 3 na Alemanha Ocidental e 7 a 2 na Turquia na primeira fase – mas também houve o jogo com o maior número de gols da história dos Mundiais, Áustria 7 x 5 Suíça. A adoção de uma linha defensiva com quatro jogadores e o aumento do foco na preparação física fizeram a média de gols cair bastante nas edições seguintes (veja tabela completa acima).
Para que Salvador encerre a Copa com uma média superior ao Mundial de 1954, nada menos que nove gols precisam ser marcador no duelo entre Holanda e Costa Rica, o que jogaria a média de 4,8 para 5,5 (33 gols em 6 jogos). Bastante improvável, claro. Mas se tratando da Arena Fonte Nova na Copa do Mundo de 2014...